A epopeia azul

sábado, 10 de julho de 2010

PAULO FAZIO

Quando o assunto é Copa do Mundo, as minhas primeiras lembranças remetem a 1994, quando o Brasil foi campeão nos Estados Unidos, naquela disputa de pênaltis inesquecível contra a Itália. Mas, curiosamente, a final que mais me marcou não envolvia a Seleção em campo, mas envolvia disputa por penalidades. Foi no ano de 2006, no Mundial da Alemanha. Aquela foi a primeira Copa que me envolvi realmente. Assistia a todos os jogos, um verdadeiro secão. E o duelo entre França e Itália foi a cereja do bolo.

Mesmo com a eliminação de Parreira e seus comandados, segui fervorosamente o andamento da competição. Zidane liderava a França e enchia os olhos dos amantes de futebol, enquanto a Itália era Itália, crescendo jogo após jogo, com aquele peso que a camisa azul tem. A final foi o ápice de tudo, com um enredo digno de epopeia. O gol de pênalti categórico de Zizou, seguido do empate de Materazzi. A história estava escrita e os personagens escolhidos.

Veio a prorrogação e toda a cena que ninguém esquece. Primeiro o vermelho. "Não se pode expulsar Zidane em uma final, é um atentado ao futebol", me lembro de estar gritando. Mas depois vieram as cenas do lance, que, ao ver na hora, fiquei estatelado. Um ídolo perdendo a compostura, mas ao mesmo tempo mostrando que todos são humanos, independente do status que tenha.

Depois dos 30 minutos de prorrogação, que ainda contou com lances de perigo, como uma grande defesa de Buffon, pegando uma forte cabeçada de Zidane com apenas uma mão, veio a decisão por pênaltis. Na segunda cobrança, Trezeguet manda uma bomba no travessão. Todos seguem convertendo as penalidades. Último a cobrar pela Itália, Fabio Grosso, que havia feito um golaço que eliminou a Alemanha nas semifinais, pegou a bola. Tensão. Mas o lateral bateu bem e garantiu o tetracampeonato italiano. Para minha alegria, que, confesso, estava torcendo para a Itália. Vai ver por isso foi tão inesquecível.

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