Entrevista à rádio ESPN da Argentina

domingo, 20 de junho de 2010

FLÁVIO BATISTA

Hoje à tarde, logo após o término da partida entre Brasil e Costa do Marfim, a redação da Folha de Pernambuco recebeu uma ligação inusitada. No outro lado da linha estava uma produtora da rádio ESPN da Argentina, querendo saber informações sobre Buenos Aires, não a capital portenha, mas a pequena cidade do interior de Pernambuco.

Depois de um rápido bate papo, lá estava eu, ao vivo, sendo entrevistado por dois argentinos. Eles se mostraram muito surpresos pelo fato do munícipio pernambucano ter o nome de Buenos Aires. Quiseram saber a distância para o Recife, o número de habitantes, como era a cidade...

A sorte é que tenho familiares que moram em um distrito de Buenos Aires e já estive lá em algumas oportunidades. Além disso, pude comprovar que o curso de Espanhol que estou fazendo está surtindo efeito. Deu para conversar legal e na hora que fugia uma palavra, o bom e velho Português resolvia (que meu professor não leia isso). Ao fim da entrevista, já fora do ar, os argentinos disseram que vão ligar outras vezes para pegar nossa opinião sobre as atuações do time comandado por Dunga.

Agora, eu faço uma pergunta: Se Brasil e Argentina se enfrentarem na Copa e a Canarinho sair vencedora será que eles vão ligar mesmo?

A redenção do Fabuloso

FELIPE AMORIM

O jogo entre Brasil e Costa do Marfim, no resumo da obra, foi positivo para os brasileiros. Além de conquistar a classificação às oitavas de final com uma rodada de antecedência (dependendo do resultado de Portugal amanhã, ou seja um empate, fica com a primeira colocação), o resultado de 3x1 manteve a escrita de nunca ter perdido para uma equipe africana. Além disso, a estrela do artilheiro Luis Fabiano parece ter voltado a brilhar, ao assinalar dois tentos. Sem falar na evolução mostrada por Kaká, que deu passes para dois gols. Por outro lado, no final da partida, a Seleção entrou na "onda" dos marfinenses ao revidar as agressões. Resultado: Elano deixou o campo machucado, e Kaká recebeu o vermelho sem merecer. Mas a culpa neste último episódio citado foi de Dunga, que, mesmo vendo o seu camisa 10 nervoso, não o tirou de campo. Agora não adianta dar chilique, professor. Por isso que ele também atende por burro e teimoso, um dos apelidos recebidos nos últimos três anos e meio.

Mas voltando ao jogo, o Brasil jogou o suficiente para bater uma seleção que parecia jogar mais do que jogou. Se não fosse alguns lampejos do astro Didier Drogba, que descontou no final da partida, os Elefantes Brancos passariam, literalmente, em branco. Agora os africanos precisarão torcer por um empate entre Portugal e Coreia do Norte, amanhã, para continuarem com reais chances de classificação na Copa.

Em relação ao Brasil, foi bom ver Luis Fabiano anotar dois gols - o primeiro, por sinal, com direito a dois chapéus, foi o mais bonito da Copa até o momento. Agora temos o nosso artilheiro de volta. Cuidado, adversários! Por outro lado, achei que Robinho se escondeu em campo. Não foi, nem de longe, aquele Robinho da Coreia do Norte. Agora resta saber como se portará a Seleção Brasileira contra o Portugal, sem Kaká, expulso injustamente e com a ajuda de Dunga, e com o possível desfalque de Elano. É esperar para ver.

O juiz é nosso

FELIPE AMORIM

Mal começou o segundo tempo e Luís Fabiano aumentou a vantagem do Brasil para 2x0. Para mim, foi até agora o gol mais bonito da Copa do Mundo 2010. Porém, o atacante contou com a ajudinha dos "braços de Deus". Na primeira dominada, ele pode realmente não ter tido a intenção de levar vantagem. Porém, antes de fuzilar a meta marfinense, o Fabuloso, nitidamente, levou o braço direito para ajeitar a bola.

Mas o curioso foi ver o replay do lance seguinte. O árbitro francês Stephane Lannoy, com um largo sorriso no rosto, conversando com LuÍs Fabiano e, ao mesmo tempo, apontando para o braço, com uma clara noção de que ele tinha visto a infração. Depois disso tudo, faço uma pergunta a vocês: o juízão, que parece ter visto tudo, validou a jogada pela pintura que foi, ou ele está no nosso bolso? Perguntar não ofende...

Vantagem no placar, e escrita mantida

FELIPE AMORIM

O Brasil fez o que todos esperavam dele no primeiro tempo, no Soccer City, em Johanesburgo: desceu para o vestiário com a vantagem numérica no placar. Mas mesmo sem mostrar um belo futebol, a objetividade da equipe de Dunga prevaleceu ante a força da Costa do Marfim. O 1x0 momentâneo, além de garantir matematicamente a classificação às oitavas de final, mantém duas escritas contra equipes africanas. A primeira é de nunca ter perdido em jogos de Copa do Mundo, e a outra é de não ter tido sua defesa vazada nas cinco partidas disputadas em outros Mundiais.

Nestes 45 minutos iniciais, é verdade que a Seleção Brasileira não teve muitas chances claras de gols. O primeiro susto veio com Robinho, de fora da área. Quase que ele surpreendeu o goleiro Barry, que estava adiantado. Os marfinenses, por outro lado, abusaram das jogadas violentas, como já era previsto. O árbitro francês Stephane Lannoy poderia ter dado uns amarelos, mas parece que esqueceu os cartões no vestiário. Ele prefere a conversa para "controlar" as jogadas mais duras. E mesmo mantendo o esquema 4-3-3, com a entrada de Drogba no lugar de Gervinho, só chutaram uma bola com perigo na meta de Júlio César.

Mas, aos 24, o talento brasileiro prevaleceu. Em uma belíssima triangulação entre Robinho, Luís Fabiano e Kaká, o Fabuloso encheu o pé para encerrar o jejum de seis partidas sem marcar. É como eu já tinha escrito aqui neste blog, no post anterior, o camisa 9 merecia um crédito por tudo que tinha feito com a camisa canarinho e não podia deixar a equipe. Vamos ver se neste segundo tempo a Seleção faz mais um gol para eu acertar o placar de 2x0 no bolão aqui do jornal. Força, Brasil!

Que mané jejum que nada!

FELIPE AMORIM

Na primeira partida do Brasil na Copa do Mundo, contra a Coreia do Norte, apostei que Luís Fabiano encerraria, por vez, seu jejum de gols, marcando duas vezes. Mas o Fabuloso, visivelmente nervoso com a incômoda marca, nada fez em campo. Se não me falhe a memória, ele apenas assustou a meta coreana em um único chute, e lá pelo segundo tempo.

Mas mesmo após um desempenho pífio, o atacante continua com moral perante o treinador. Lá se vão seis partidas e nada de gols. Venezuela (pelas Eliminatórias Sul-Americanas), Inglaterra, Omã, Zimbábue, Tanzânia (estes em amistosos) e Coreia do Norte (na Copa do Mundo) foram os jogos que ele passou em branco.

Convenhamos que seria injusto tirar o artilheiro da Seleção na Era Dunga (são 19 gols em 27 partidas. Robinho tem a mesma quantidade de tentos, mas em 50 jogos) quando ele mais precisa de confiança. Eu sei que atacante vive de gols, mas ninguém os faz sem confiança. Ponto para Dunga ter deixado novamente o Fabuloso em campo. Agora vamos ver se ele exorciza esse jejum, até porque Nilmar está doidinho para entrar na equipe.

Rumo às oitavas

FELIPE AMORIM

Uma vitória. É este resultado que a Seleção Brasileira precisará logo mais, às 15h30, contra a Costa do Marfim, para se assegurar matematicamente nas oitavas de final. Se isso realmente acontecer, o Brasil será o segundo país nesta Copa do Mundo (o primeiro foi a Holanda) a se garantir na próxima fase. Além disso, será o primeiro dos campeões mundiais a conquistar tal meta.

Mas a missão não será das mais fáceis. Pelo contrário. Do outro lado do campo estará um adversário à altura dos brasileiros. Como já mostraram no empate por 0x0 contra Portugal, na primeira rodada, os marfinenses serão difíceis de serem superados. Principalmente porque agora o craque e capitão Didier Drogba entrará desde o início do jogo. Não bastasse este reforço de peso, os Elefantes jogam um futebol de muita força, o que pode dificultar, principalmente, as criações das jogadas pelo meio (leu isso, seu Dunga? Vamos explorar, novamente, as laterais).

Agora, o que pode contar a favor para a equipe de Dunga (mesmo sabendo que retrospecto não chuta em gol) é que nunca, na história dos Mundiais, um selecionado africano venceu os canarinhos. Foram cinco jogos e cinco vitórias, inclusive, não sofrendo nenhum gol. Por falar em gol, aposto minhas fichas no atacante Luís Fabiano, mesmo ele atravessando uma seca há seis jogos (mais isto falarei em outro post). Enfim, apesar da dificuldade que o Brasil encontrará em campo, aposto num 2x0 para a gente. E você, qual é o seu placar?

Retrospecto do Brasil contra africanos em Copas

1974: Brasil 3x0 Zaire
1986: Brasil 1x0 Argélia
1994: Brasil 3x0 Camarões
1998: Brasil 3x0 Marrocos
2006: Brasil 3x0 Gana

Decepção italiana

IRCE FALCÃO

E os italianos decepcionaram novamente, dessa vez, com direito a safári (zebra neles). Todo o mistério do técnico Marcello Lippi deu em nada, porque, pasmem: a Nova Zelândia abriu o placar logo aos cinco minutos!!! O lance foi meio estranho, mas o gol valeu. Assim como na partida contra o Paraguai, a Azzurra ficou em desvantagem e teve que correr atrás do prejuízo, o que não foi muito fácil, pois o forte dos europeus é a tradicional retranca.

Com um jogo amarrado, que beneficiou os neozelandeses, os italianos só conseguiram ajustar o entrosamento na metade do primeiro tempo. E chegar ao gol, mesmo, só com a ajudinha da zaga da Nova Zelândia, que cometeu pênalti em De Rossi. Iaquinta cobrou e deixou tudo igual.

Também, se não fosse esse pênalti, a impressão passada pelos comandados de Lippi é que eles poderiam ficar o dia inteiro jogando e a bola não entraria. O motivo? Saudade de Pirlo. O meia está fazendo uma falta danada. Sem ele, a Azzurra fica sem poder de criação e, mesmo impondo pressão, se torna refém das ligações diretas. A sorte dos europeus é que os neozelandeses não são muito técnicos.

Com o empate, a Nova Zelândia permanece invicta no Mundial. Incrível! A rodada de hoje beneficiou o Paraguai, que lidera o Grupo F com quatro pontos. Itália e Nova Zelândia somam dois, enquanto a Eslováquia tem um. Os italianos que abram o olho, pois o próximo jogo será contra os eslovacos, que estão na lanterna, mas são melhores que os adversários de hoje. Os neozelandes vão pegar o Paraguai. Peninha deles, porque surpreender uma vez ainda vai, mas duas já é demais.

Palpites da equipe de Esportes da Folha

Confira os palpites da equipe de Esportes da Folha de Pernambuco para o jogo Brasil x Costa do Marfim.

Flávio Batista - Brasil 2x0 Costa do Marfim
Kauê Diniz - Brasil 2x0 Costa do Marfim
Claudemir Gomes - Brasil 2x0 Costa do Marfim
Felipe Amorim - Brasil 2x0 Costa do Marfim
Gustavo Lucchesi - Brasil 3x0 Costa do Marfim
Gustavo Paes - Brasil 3x1 Costa do Marfim
Léo Lisbôa - Brasil 2x0 Costa do Marfim
Paulo Fazio - Brasil 2x1 Costa do Marfim
Brenno Costa - Brasil 2x1 Costa do Marfim
Irce Falcão - Brasil 2x1 Costa do Marfim
Yuri de Lira - Brasil 2x1 Costa do Marfim

Qual o seu palpite?

Para entrar no clima de Brasil x Costa do Marfim


Para entrar de vez no clima de Brasil x Costa do Marfim, mais um trabalho da artista plástica e fotógrafa pernambucana Dulce Araújo. Que as cores da nossa bandeira, que na foto deixam mais bela a cidade de Paris, tomem conta da África do Sul hoje e também de todo nosso País.

Vitória do protagonista

IRCE FALCÃO

Se jogo de futebol fosse uma novela, o Paraguai ficaria com o papel de protagonista e a Eslováquia atuaria de coadjuvante, aquele que aparece, faz uma graça, mas não tem tanto destaque. Com um início de jogo baseado na velocidade e em uma marcação fortíssima (os paraguaios marcaram em todos os setores do campo), a equipe sul-americana logo mostrou que não pretende vacilar e se complicar na fase classificatória.

Como era de se esperar, o ataque comandado por Lucas Barrios e Roque Santa Cruz não deu descanso aos zagueiros eslovacos. O primeiro tempo foi, praticamente, jogo de um time só. Pode-se dizer até que o gol demorou a sair. Mas quando saiu... que passe hein, Lucas Barrios? E o mais bonito é que o lance, entre os zagueiros adversários, foi consciente, deixando Vera na cara do gol, aos 26 minutos.

Na etapa complementar, uma mudança. O domínio, até então paraguaio, mudou de lado, e a Eslováquia voltou mais entrosada e competitiva. A melhora, no entanto, não foi suficiente para converter os 61% de posse de bola em gol. Pelo contrário, os europeus se lançaram ao ataque e acabaram dando bobeira na defesa. Melhor para Riveros, que ampliou no placar no finalzinho da partida, aos 40.

Na próxima rodada, o Paraguai jogará pelo empate com a Nova Zelândia, teoricamente, o time mais fraco do Grupo F. A Eslováquia vai enfrentar a Itália, com a obrigação de vencer se ainda quiser sonhar com o título.

Itália também adere ao mistério

IRCE FALCÃO

Mistério. Essa palavra virou moda pelas bandas da África do Sul. É um tal de treino secreto pra cá e escalação escondida pra lá. Aff. Depois de empatar com o Paraguai (em um jogo que tinha totais condições de perder), o técnico da Itália, Marcello Lippi resolveu entrar na moda. Vamos combinar que esconder escalação para enfrentar a Nova Zelândia é demais, né?

Enfim, uma coisa é praticamente certa: Buffon, um dos líderes da equipe, não deverá jogar devido a uma hérnia de disco. Os italianos vivem a expectativa pelo retorno do meia Pirlo, que fez uma falta na partida de estreia. Os europeus criaram pouquíssimo sem a presença dele, que não jogou por causa de uma contusão na panturrilha.

Pelo lado da Nova Zelândia, nada de estrelas, muito menos talento. O time parece não gostar de jogar com a bola no chão. O negócio deles é bola área, mas, como não têm domínio, a eficiência é zero. Na teoria, a tarefa está com pinta de ser fácil para a Azzura. Mas aposto em um placar magro, apenas 1x0, pois o forte mesmo dos comandados de Lippi é jogar na retranca.

Ao ataque, Paraguai e Eslováquia!

IRCE FALCÃO

Fiz uma preparação especial para estar com o fôlego em dia e poder acompanhar bem o duelo entre Paraguai e Eslováquia, abrindo a segunda rodada do Grupo F, daqui a pouco, às 8h30. Não que eu vá correr em campo, até porque estou meio fora de forma para isso, mas esse jogo promete fortes emoções.

Colocado como favorito ao lado da Itália, o Paraguai quer confirmar esse status e dar um grande passo rumo às oitavas de final, já que o próximo jogo será contra a fraca Nova Zelândia. A Eslováquia tem o objetivo de entrar na briga direta por uma vaga e igualar as chances de classificação com os demais adversários.

Portanto, ao ataque, meu povo! As duas seleções têm fortes características defensivas. O Paraguai, no entanto, chegou diferente na Copa da África do Sul, com um ataque turbinado, e ainda terá o retorno do centroavante Roque Santa Cruz, titular ao lado de Lucas Barrios. Os eslovacos não são um primor de qualidade, mas mostraram que quando colocam a bola no chão podem surpreender. O palpite? 1x1.

Destaques da Folha de Pernambuco

O segundo jogo do Brasil na Copa do Mundo, como não poderia deixar de ser, é o grande destaque da Folha de Pernambuco neste domingo. A Seleção vai enfrentar, a partir das 15h30, a Costa do Marfim, no Estádio Soccer City, em Johannesburgo. Se vencer, estará classificada para as oitavas de final. A expectativa é para ver se Kaká aguenta jogar os 90 minutos e se Luís Fabiano encerra o jejum de gols. Além disso, conheça uma família onde cada irmão torce para um time (Náutico, Santa Cruz e Sport). Mas na hora que a Seleção entra em campo, a paixão clubística fica de lado.

Além de Brasil x Costa do Marfim, outras duas partidas acontecem neste domingo: Paraguai x Eslováquia, a partir das 8h30, e Itália x Nova Zelândia, a partir das 11h.
 

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