Avante, Paraguai!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

FELIPE AMORIM

Que as seleções sul-americanas estão com a bola toda nesta edição da Copa do Mundo todo mundo já sabe. Afinal, assim como o nobre companheiro Brenno Costa escreveu aqui no blog, pela primeira vez, o número de seleções da Conmebol ultrapassou a de europeias na fase das quartas de final. Eu, como todos os brasileiros, quero muito o hexacampeonato. Mas, de uns dias para cá, confesso a vocês que comecei a torcer também pelo Paraguai. Não que eu tenha parentesco com alguém de lá, tampouco gostei do futebol apresentado pela equipe de Gerardo Martino. Longe disso. Quero mesmo é ver a bonitona Larissa Riquelme cumprir a promessa que fez, desfilando pela praça da Democracia como veio ao mundo.

Vamos aos fatos. Para os marmanjos que ainda não souberam, tudo começou quando a beldade foi fotografada com um celular entre os avantajados seios durante um jogo do Paraguai. Instantaneamente, ela ganhou fama mundial e o título de Musa da Copa.

Mas a modelo de lingerie não ficou satisfeita com a aparição em massa em sites, revistas, jornais e televisões. Empolgada com a classificação dos guaranis às quartas de final, Larissa Riquelme prometeu desfilar nua na praça da Democracia, em Assunção, caso o Paraguai avance às semifinais. Algo inédito até hoje. Com o atual futebol de Lucas Barrios e cia, acredito que passar da Fúria será quase impossível. Mas não custa nada acreditar, não é? Até porque sou brasileiro e não desisto nunca.

Confira abaixo a verdadeira beleza paraguaia:


Jorge Saenz/AP/AE

Cala a boca, Domenech!

IRCE FALCÃO

A moda de "briguinha" entre treinadores e jogadores com a imprensa na Copa do Mundo da África do Sul está longe de acabar. A bola da vez é o francês Raymond Domenech, um dos grandes destaques (negativos) deste Mundial. A França foi eliminada há uma semana, mas Domenech, que deu um show de má educação durante a competição, segue perdendo a oportunidade de ficar calado.

Tantando se livrar das inúmeras críticas pela passagem vergonhosa dos Bleus em solo africano, Domenech resolveu apontar o jornal francês "L'Equipe" como principal culpado pela pífia campanha. Segundo ele, a cobertura do veículo sobre o fatídico episódio entre Domenech e o atacante Anelka, no vestiário da partida contra o México, desencadeou uma crise no grupo.

Todos sabem que a crise francesa começou bem antes da Copa, piorando o clima ainda nas eliminatórias para a competição, devido aos resultados ruins. O comando de Domenech passou longe de ser unanimidade, e a atitude de Anelka representou o que muitas pessoas, atletas ou não, desejavam desabafar. Agora, se o treinador não teve pulso, competência e algumas coisinhas mais para apresentar uma seleção competitiva, o mínimo que ele poderia ter era personalidade e dignidade para assumir os erros cometidos, e não procurar o famoso "bode espiatório".

E o que será feito na Coreia do Norte?

FLÁVIO BATISTA

O fraco desempenho da seleção da Nigéria na Copa do Mundo da África do Sul levou o presidente do país, Goodluck Jonathan, a tomar uma decisão extrema: suspendeu a equipe de todas as competições internacionais por um período de dois anos.

Na minha opinião, essa é uma medida absurda. Com certeza, o presidente nigeriano tem problemas muito mais graves para resolver que ficar se "metendo" nos assuntos da seleção de futebol. Se isso fosse prerrogativa dele, para que existiria uma federação nacional para tratar da modalidade?

E é nesse ponto que a Fifa deve entrar. No último sábado, o presidente Joseph Blatter ameaçou punir a França, caso o governo interferisse na federação de lá. E agora, diante dessa decisão do presidente nigeriano? Até o momento, a Fifa não se posicionou sobre o assunto.

Ah... só para descontrair um pouco. Se na Nigéria, que até empatou uma partida no Mundial, o presidente decidiu suspender a seleção, o que será feito na Coreia do Norte? Medo até de pensar!

Cristiano Ronaldo: ainda falta muito

FLÁVIO BATISTA

O português Cristiano Ronaldo é um bom jogador, mas não me convence. Um atleta completo, na minha concepção, está muito além de saber jogar bem (isso em qualquer modalidade). Tem muito a ver com atitude. E nesta Copa do Mundo, Cristiano Ronaldo nem jogou bem, nem teve a atitude que se espera de um capitão e estrela (?) maior de um time.

A postura dele ao fim da partida de ontem, após a derrota por 1x0 para a Espanha, cuspindo a câmera que se aproximou dele, e mandando os repórteres questionarem o técnico Carlos Queiroz e não ele, mostra que o português precisa amadurecer bastante ainda.

Dizer que ele é apenas um produto de marketing soa pesado demais, no entanto, essa linha de raciocínio não é de todo errada. Impressionante como a impressão que passa é que Cristiano Ronaldo está sempre preocupado com ele. O grupo que se vire. Ele é Cristiano Ronaldo e isso basta.

Os "flagrantes" das câmeras, que vez ou outra o pegavam se "admirando" no telão dos estádios, desculpem-me a expressão, beiram o ridículo. O bonito no futebol é jogar bola. Garanto que a maioria dos torcedores portugueses está pensando assim hoje. Se Cristiano Ronaldo pensa diferente, então acho que ainda dá tempo ele mudar de carreira e, quem sabe, ir para as passarelas. Ou então ficar fazendo caras e bocas em frente a uma câmera para tentar uma capa de revista.

Ah, Valderrama, se não fosse você...

THIAGO SOARES
Da Revista da Folha

Tantos patrocinadores nesta Copa, já notaram? Adidas, Emirates, Coca-cola, Mc Donald's. Estádios "lotados" de anúncios. Mas, onde estão as marcas de produtos para cabelos? Sim, além dos dribles, dos gols, uma coisa anda chamando atenção neste Mundial: os cabelóns dos jogadores.

Um adendo: não é de hoje que a gente olha tanto para os pés quanto para a cabeça deles. Lembro do impacto quando vi numa das Copas aquele jogador colombiano Valderrama, praticamente uma Elba Ramalho em campo (Elba nos idos de seu início de carreira). Ele exibia suas madeixas encaracoladas, crespas e loiras - combinação infalível para vocalistas de bandas de brega - de maneira tão orgulhosa que chega dava gosto.



Tudo bem que o cabelón de Valderrama tinha uma coisa meio selvagem - parecia que ele não era muito amigo dos produtos para cabelos. Só que os anos passaram, a indústria de cosmético avançou e, nesta Copa, bem que poderíamos ter as marcas abaixo patrocinando, se não o Mundial, pelo menos alguns jogadores ou seleções...

> Nova Linha de Xampus Seda - Deveria patrocinar a Espanha. Para a linha "Seda Liso Extremo", o garoto propaganda seria Ramos (sempre jogando de tiara e com o cabelo liso "feito as asas da graúna", como diria Machado de Assis). Para a linha "Seda Cuidado com os Cachos", ninguém melhor que Puyol, exibindo madeixas que matariam a cantora Simone de inveja...




> Bozzano - A mais famosa marca de gel fixador iria bombar se patrocinasse o time de Portugal. No jogo contra o Brasil, o atacante-metrossexual Cristiano Ronaldo tinha um penteado que, de tanto gel fixador, mereceu ser chamado no Twitter de "escultura moicana".



> Koleston - A marca de tinturas de cabelo teria que criar duas linhas novas em sua tabela de cores nesta Copa: loiro-fogo para negros e loiro-russo para orientais. Tudo isso para atender às demandas de dois de seus supostos garotos-propagandas. O jogador Cissé, da França, devidamente negro, mas com cabelo, barba e cavanhaque numa linha "loiro-Belo" (o pagodeiro!) e o japonês Keisuke Honda que, por jogar em clube russo, já vem adotando o visual "louraço belzebu" em seu look.



Eita, já ia esquecendo: notou que o time do Brasil tem grande parte dos jogadores com cabelo raspadinho? Quem patrocina a seleção? A Gilette!

Fotos: FIFA

Fazendo história

BRENNO COSTA

É histórico! O bom (seria excelente?) desempenho das seleções sul-americanas neste Mundial é refletido nos números. Pela primeira vez na história do evento esportivo, as seleções filiadas à Conmebol superam a quantidade de países europeus nas quartas de final. São quatro contra três. Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai estão garantidos entre os oito melhores. Do Velho Continente, seguem na disputa Espanha, Alemanha e Holanda.

O bom desempennho em terras africanas também alcança outro feito histórico. Apenas na Copa de 1930 foi que os times sul-americanos conseguiram colocar quatro representantes entre os oito melhores. Entretanto, é essencial ressaltar que nesse Mundial disputavam apenas 13 seleções, bem abaixo das 32 atuais. No sistema de mata-mata, esse feito é inédito.

Outro fator positivo dos sul-americanos em terras africanas é o aproveitamento. Apenas o Chile foi derrotado em duas ocasiões. A primeira foi para a Espanha por 2x1. Nas oitavas, a equipe vermelha perdeu para o Brasil por 3x0. Dessa maneira, as seleções filiadas à Conmebol estão, até o momento, com 12 vitórias, seis empates e duas derrotas. O desempenho resulta em um aproveitamento de 70%.

Abaixo, você confere a lista de Mundiais que expõe as seleções sul-americanas que ficaram entre as oito melhores da competição. Nas Copas em que não houve mata-mata, foi levado em conta a classificação geral.

Sul-americanos entre os oito melhores

Copa de 1930: Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai
Copa de 1934: Nenhum sul-americano
Copa de 1938
: Brasil
Copa de 1950: Uruguai, Brasil e Chile
Copa de 1954: Brasil e Uruguai
Copa de 1958: Brasil
Copa de 1962: Brasil e Chile
Copa de 1966: Uruguai e Argentina
Copa de 1970: Brasil, Peru e Uruguai
Copa de 1974: Brasil e Argentina
Copa de 1978
: Argentina, Brasil e Peru
Copa de 1982: Brasil e Argentina
Copa de 1986: Brasil e Argentina
Copa de 1990: Argentina
Copa de 1994: Brasil
Copa de 1998: Brasil e Argentina
Copa de 2002: Brasil
Copa de 2006: Brasil e Argentina


Destaques da Folha de Pernambuco

Hoje e amanhã não tem futebol pela Copa do Mundo, mas o caderno Folha na Copa continua trazendo os fatos que estão acontecendo na África do Sul. O destaque desta quarta-feira é Elano. O meia tentou treinar ontem, mas abandonou a movimentação antes dos 30 minutos após o seu início. Essa é uma grande preocupação para o técnico Dunga. Principalmente porque Felipe Melo está praticamente vetado do jogo de sexta-feira contra a Holanda e Ramires terá de cumprir suspensão.

Veja também como foram as classificações de Espanha e Paraguai para as quartas de final do Mundial. A Fúria venceu Portugal por 1x0, enquanto que os sul-americanos só derrotaram o Japão nos pênaltis. Boa leitura!

A maldição da Nike

terça-feira, 29 de junho de 2010

DIOGO MONTEIRO
Da Editoria de Política

Não sei se tem a ver com o fato de a Adidas ser um dos patrocinadores oficiais da Copa do Mundo, mas o fato é que a sua concorrente, a Nike, mostrou-se um pé-frio ainda maior que o rolling stone Mick Jagger. Pouco antes da competição, a marca americana lançou um comercial de TV em formato de super-produção milionária, estrelado por alguns dos maiores craques da atualidade. A peça, uma das melhores já feitas para o mercado esportivo, mostrava como, no decorrer de apenas um lance, o atleta podia escrever o seu futuro, conquistando a fama e a glória, ou caindo no profundo esquecimento.

Pois não é que o "reclame" caiu como uma maldição sobre suas estrelas? Uma a uma, todas elas se apagaram na competição. Canavarro e Ribéry não jogaram nada e caíram com as participações pífias de suas Itália e França, que nem chegaram à segunda fase. Esse também foi o destino da Costa do Marfim, de Drogba. O atacante quebrou o braço na pré-temporada e também pouco fez, além do gol contra o Brasil, que nem minha avó, Dona Elza, perderia. Rooney correu, bufou, fez cara feia, mas gol que é bom, neca. Resultado: a seleção da Rainha deu adeus à competição nas oitavas de final. Hoje, foi a vez de Cristiano Ronaldo, que até se esforçou. Correu, chutou, apanhou até quase desmanchar o penteado, mas não conseguiu evitar a derrota de Portugal para a Espanha.

Ronaldinho Gaúcho, que também estava no comercial, nem sequer chegou a dar vexame na África do Sul. A maldição da Nike acertou o dentuço antes, e ele sequer foi relacionado pelo nosso boquirroto treinador. Ainda bem. Antes ele do que nós. Valeu pela teimosia, Dunga!

Experiência atrás das grades

GUSTAVO LUCCHESI

Com tantos fatos e histórias violentas, triste e macabras, relatadas pelos meios de comunicação, é mais do que natural que a imagem da sociedade brasileira sobre o seu sistema carcerário seja a pior possível. Porém, após fazer uma visita à Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste do Estado, eu saí de lá com a sensação de que ainda há esperança. Antes que alguém pense o pior, eu fui acompanhar o jogo entre Brasil e Chile, pela Copa do Mundo de 2010, o que rendeu três matérias para o jornal de hoje (29 de junho). Confiram! Modestia à parte, ficaram bem bacanas.

Mas, voltando, a unidade de Caruaru só tem em comum com as restantes a superlotação. Onde deveria caber 98 detentos, vivem 1.030. Porém, basta olhar com os próprios olhos para este número perder a classificação de absurdo.


Sérgio Bernardo

Para se ter noção, 70% da população trabalha na unidade, seja como auxiliar de cozinha, costurando calças, colando etiquetas, fazendo artesanatos, ou até mesmo dando aulas de instrumentos musicais. Essa ocupação da maioria dos internos é o grande segredo para combater o famoso e temido "mente vazia é oficina do diabo". Além disso, um ano de trabalho reduz a pena em quatro meses. E como explicou um detento, quatro meses dentro de qualquer presídio vale quatro anos na mente deles, logo, mentalmente eles trabalham um ano e livram quatro (é bom pensar assim, vá por eles).

Simpática e ao mesmo tempo durona, Cirlene Rocha é uma espécie de presidenta daquela "nação" carcerária. Chefe do presídio há oito anos, ela anda tranquilamente entre condenados por crimes bárbaros até "ladrões de galinha do vizinho". Num esquema bastante peculiar, mas que funciona, Cirlene cria metas para os presos e eles ganham benefícios caso cumpram o acordado. Caso contrário, ela não perdoa na hora de castigar. E é isso que vai remodelando a conduta de vários deles, para quando chegar o dia de serem libertados da "gaiola", estarem pronto para saber voar. E que voem por um novo trajeto, pois errar é humano, mas insistir no erro é... melhor nem imaginar.

Aos portugueses, tormenta

YURI DE LIRA

Foi no Cabo da Boa Esperança que Portugal deu adeus à Copa do Mundo. Nesse mesmo lugar, em 1488, o navegador luso Bartolomeu Dias desvendou para o mundo ocidental uma rota marítima que daria acesso às Índias - sendo o primeiro europeu a chegar no Oceano Índico a partir do Atlântico. Batizou o local, inicialmente, de Cabo das Tormentas - nome bem mais apropriado para a situação dos gajos, hoje, após a derrota de 1x0 para a Espanha. O revés eliminou os comandados de Carlos Queiroz ainda nas oitavas de final do torneio. O Time da Terrinha teve uma atuação discreta na partida - assim como o astro (?) Cristiano Ronaldo.

Os espanhois começaram mais impetuosos. Em cinco minutos, já haviam dado três chutes no gol de Eduardo - além de terem sofrido um suposto pênalti, não marcado pelo árbitro argentino Hector Baldassi. Aos poucos, Portugal foi igualando as ações. Com 20 da primeira etapa, Tiago Mendes arriscou de fora da área, Casillas defendeu, mas não segurou a bola. No rebote, Hugo Almeida fez falta no goleiro e desperdiçou a oportunidade - talvez a mais clara do primeiro ato do espetáculo. Mesmo com um meio-campo recheado de estrelas, a Fúria pecava no último passe, ou melhor, no excesso de preciosismo dos seus atletas.

O início do segundo tempo foi meia-boca. Aos 15, após cruzamento na área, Llorente (que acabara de entrar no lugar de "El Niño" Torres - ineficiente, diga-se de passagem) quase marca de cabeça. A partida esquentou. Dois minutos depois, Xavi deu de calcanhar para David Villa (esse sim, um craque). "El Guaje" chutou em cima do arqueiro, porém, na segunda tentativa, abriu o placar e levou a claque portuguesa à tormenta: 1x0. Os comandados de Vicente Del Bosque continuavam criando chances. Enquanto isso, Casillas, se quisesse, teria tempo até para tomar uma bica (calma, um cafezinho - em Portugal). O luso-brasileiro Liédson entrou no jogo. Discreto.

Como tinha dito aqui no blog, a Seleção dos Quinas dependia excessivamente de Cristiano Ronaldo. Para não variar, ele estava em uma péssima lua. O atacante do Real Madrid preferia fazer caras e bocas para as câmeras a jogar bola. Ruim para a sua equipe, que até tentou esboçar alguma coisinha no final do embate. Totalmente em vão. Aos 44, o zagueiro Ricardo Costa acertou o rosto de Capdevilla e foi expulso - sacramentando o triste fim dos gajos na competição.

Duelo de ibéricos

YURI DE LIRA

Entre os anos de 1580 e 1640, Espanha e Portugal constituíram o que se chamou de União Ibérica, ou Dinastia Filipina. O tempo passou, os países se separaram, mas a rivalidade entre os dois povos aumentou. Hoje, na Cidade do Cabo, as duas seleções medirão forças pelas oitavas de final da Copa do Mundo. De acordo com o técnico do Time da Terrinha, Carlos Queiroz, a partida é uma daquelas que mexe com os brios de todos os envolvidos.

"Há uma rivalidade regional que não diz respeito apenas ao futebol. É uma rivalidade política, social, cultural. É sempre um petisco especial, como um confronto entre Brasil e Argentina ou Inglaterra e Alemanha. É um menu que não acontece todo dia", pontuou o treinador.

Eu, pessoalmente, aposto em uma vitória da Fúria. Arrisco um placar apertado de 2x1. A realidade é que os espanhois têm bem mais qualidade, sobretudo no meio-campo. Creio que a Seleção dos Quinas depende bastante da lua de Cristiano Ronaldo. Se ele estiver mal (o que tem sido uma certa constante), a equipe terá poucas alternativas de jogo.

Diferentemente de mim, "El Niño" Fernando Torres, que ainda não fez gol nesta Copa do Mundo, crê que os adversários não se limitam ao astro do Real Madrid. "Todos sabemos que Cristiano (Ronaldo) é o principal jogador de Portugal. Mas a seleção deles é mais do que só ele", falou à Rádio Marca, da Espanha.

Um simbolismo histórico dará os contornos do embate. O duelo vai ser realizado na Cidade do Cabo (onde encontra-se o Cabo das Tormentas. Atualmente, da Boa Esperança). Foi aí que o navegador português Bartolomeu Dias desvendou para o Ocidente uma rota marítima que, supostamente, se faria chegar às Índias. Quando os comandados de Carlos Queiroz enfrentaram a Coreia do Norte neste mesmo lugar, sabor à Gomes de Sá. Venceram com uma sonora goleada de 7x0. Bom presságio?

Mais uma seleção sul-americana nas quartas de final

IRCE FALCÃO

Japão e Paraguai, sem dúvida, fizeram história no Mundial da África. O motivo é simples: essas seleções foram responsáveis pelo jogo ruim mais nervoso dessa copa. Foi um tal de fica bom, fica ruim, melhora a técnica, depois piora de vez. A melhor parte foram os pênaltis (adoro pênaltis), mas confesso que esperar por eles foi bem difícil.

O Paraguai apresentou um "falso domínio" durante todo o jogo, passando mais tempo com a bola no pé, porém sem aproveitar a posse para ir ao ataque. O time jogou travado, abaixo da expectativa, pois os sul-americanos chegaram no Mundial com uma proposta diferenciada, ofensiva, e os atletas não corresponderam. O Japão aproveitou as roubadas de bola para atacar em velocidade, mas pecou na precipitação nas finalizações, que passaram perto de qualquer setor do estádio, menos do gol (exceto um chute de Matsui que explodiu no travessão). Podiam ter trabalhado melhor os lances.

O destaque ficou por conta das defesas, bem postadas e anulando os jogadores de criação de ambas as equipes. Isso desestabilizou tanto o Japão quanto o Paraguai, que, mesmo sendo mais experiente, ficou perdido diante da marcação japonesa. O duelo foi tão truncado que, no tempo normal, teve apenas cinco lances de perigo real de gol. E só! Um pouco frustrante. A prorrogação elevou - um pouquinho - o nível da partida, já que os times, teoricamente, tinham que se resolver. Mas gol que é bom... nada, nenhum golzinho para animar a torcida.

Nos pênaltis, muita regularidade e eficiência, até Komano exagerar na força e mandar a bola no travessão. A cobrança foi decisiva para selar a eliminação japonesa, pois o Paraguai teve 100% de aproveitamento e garantiu presença nas quartas de final. Apesar de estar fora do Mundial, o Japão, sem dúvida, foi uma das surpresas desta Copa, superando a má fase nas eliminatórias e realizando uma bela campanha.

Sem favorito

IRCE FALCÃO

Se a fase de grupos da Copa do Mundo da África do Sul demorou a empolgar, os primeiros jogos do mata-mata estão tirando o fôlego dos amantes do futebol. O duelo de logo mais, às 11h, entre Japão e Paraguai, promete ser mais uma partida emocionante. Pela campanha na primeira fase, os japoneses levam vantagem, já que conquistaram duas vitórias contra apenas uma dos adversários. Mas se retrospecto ganhasse jogo, os Estados Unidos não teriam sido eliminados por Gana. E se tratando de matar ou morrer, tudo se torna imprevisível.

Em campo, os japoneses correm como ninguém, além de estarem com uma equipe mais madura que nos últimos Mundiais, mostrando equilíbrio entre o veloz ataque, com a presença do habilidoso Honda, e uma defesa em processo evolutivo. A equipe sul-americana também está mudada. A defesa continua forte, presente em todos os setores do campo, mas o sistema ofensivo ganhou mais força, rapidez e eficiência, sob o comando de Roque Santa Cruz, ao lado de Lucas Barrios.

Aposto em um jogo equilibrado, com pinta de ser decidido nos detalhes, como em lances de bola parada. Foi assim que os ninjas asiáticos despacharam a Dinamarca, com uma precisão incrível nas cobranças de falta. Já do lado paraguaio, a estatura mais elevada pode levar vantagem sobre a marcação japonesa. Difícil palpitar em um jogo onde não vejo favoritismo de nenhuma seleção.

Destaques da Folha de Pernambuco

Como deve ser assistir a um jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo dentro de um presídio? Ficou curioso? Nós, da Folha de Pernambuco, também estávamos, tanto que, ontem, fomos a uma penitenciária, em Caruaru, para acompanhar a vitória de 3x0 da Canarinho em cima do Chile, pelas oitavas de final do torneio. Essa reportagem é um dos destaques da edição desta terça-feira do caderno Folha na Copa.

Ainda dentro da cobertura do jogo da Seleção, fomos à Arena Torcida Recife, no Pina, para ver como os ambulantes fazem para vender seus produtos e acompanhar os jogos. É um verdadeiro olho na mercadoria e outro no telão. Teve até um bolão organizado pela reportagem da Folha, cujo prêmio foi a publicação da foto do vencedor dentro da matéria.

E enquanto muitos brasileiros torciam pelo time comandado pelo técnico Dunga contra os chilenos, um jovem pernambucano estava secando a Canarinho. E mais: vestindo a camisa da Holanda, nossa próxima adversária na África do Sul.

Para completar, o caderno Folha na Copa traz nesta terça-feira os dois últimos jogos da fase de oitavas de final do torneio. O Paraguai enfrenta o Japão, às 11h, enquanto que Espanha e Portugal prometem um duelo equilibrado a partir das 15h30. Não deixe de ler!

Faltou talento ao Chile

segunda-feira, 28 de junho de 2010

YURI DE LIRA

Na Copa América de 2007, justamente uma goleada brasileira em cima do Chile (6x1) ocasionou a queda do até então técnico de "La Roja", Nelson Acosta. O treinador argentino Marcelo Bielsa assumiu o posto. No momento, o elenco estava rachado e alguns atletas preferiam as festas a jogar futebol. De pulso firme, "El Loco" era o homem ideal para mudar esse cenário. Reformulou parte do plantel, impôs uma postura ofensiva (quase suicida, às vezes) e deu uma verdadeira identidade à equipe andina. Depois de 12 anos, classificou os chilenos para uma Copa do Mundo - chegando, inclusive, a ser eleito o estrangeiro mais influente do país. Também resolveu apostar na coletividade e na disciplina. Porém, faltou matéria-prima. Ainda que queridos pela população local, faltou aquele plus aos jogadores para chegarem mais longe no Mundial.

Exigir que os comandados de Bielsa ganhassem da Canarinho seria demais. Não dá para comparar a qualidade técnica das duas seleções. Os 3x0 refletiu isso. Sem tradição em Copas do Mundo, ter chegado às oitavas de final ficou de bom tamanho. Para se ter uma ideia, a melhor colocação obtida pelo Chile na competição foi um terceiro lugar em 1962, quando foi o anfitrião da disputa.

Hoje, minutos antes do início da partida diante do combinado tupiniquim, "El Loco" decidiu mudar a formação da equipe. Saiu do 4-2-1-3 e foi para o 4-3-3, sem a presença de um armador de origem. Contando com o retorno de Humberto Suazo no comando de ataque, adotou, teoricamente, uma tendência ainda mais para frente da que vinha jogando. Quase estilo kamikaze. Sem resultados. Durante todo o embate, a marcação, como de praxe, foi frouxa; e o ataque (ponto forte de "La Roja") acabou sendo anulado pelos eficientes defensores brasileiros. A ausência de três titulares (Marco Astrada, Waldo Ponce e Gary Medel - suspensos) complicou ainda mais a vida do país de Pablo Neruda.

Neste Mundial, talvez tenha faltado ao Chile um meia de ligação (ou "enganche", como eles costumam falar). Matías Fernández e "El Mago" Valdívia, os que podiam cumprir essa função, não têm qualidade suficiente para assumir tamanha responsabilidade. Quem poderia ser esse armador era o meio-campista da Roma/ITA David Pizarro. No entanto, por problemas de comportamento, sepultou as suas chances de ser convocado para a Copa. Aos bravos chilenos, primeiros sul-americanos eliminados no certame, resta saber que o selecionado da terra do vinho foi longe demais.

Quando o Brasil foi Brasil

PAULO FAZIO

Venceu e convenceu. Hoje, no Ellis Park, em Johannesburgo, o Brasil mostrou que pode jogar além dos resultados. Com uma formação mais solta, a Seleção Brasileira atropelou o Chile e fez 3x0 sem muitas dificuldades e com espaço para mais. As mudanças feitas no meio de campo deram uma outra cara ao time. Ramires e Daniel Alves deram mais mobilidade a uma equipe antes engessada. Foi um resultado que deixou os brasileiros mais otimistas no próprio selecionado.

O Chile hora nenhuma assustou. Nos minutos finais, até que tentou fazer uma pressão em busca de um gol pelo menos. Mas faltou objetividade. Muito toque de bola e pouca finalização. Confesso que até torci para que o selecionado de Marcelo Bielsa diminuísse a contagem. Mas pelo bem do meu bolão, claro. Coloquei 3x1 e estava esperando cravar o resultado para dar uma subida na tabela de classificação. Não deu.

No Brasil, foi muito bom ver Kaká se movimentando mais. O meia se lançou bastante ao ataque, sempre dando opções e aparecendo para receber os passes. Ver os atacantes Luís Fabiano e Robinho marcando gols também é sempre bom. Mas o atacante do Santos tem que deixar de ser fominha algumas vezes. Não é forçando que ele vai ser o destaque brasileiro no Mundial. Outro ponto bastante satisfatório foi a atuação de Michel Bastos, que conseguiu, depois de três jogos, fazer boas jogadas pela esquerda, desafogando o jogo sempre em cima de Maicon.

A vitória foi ótima, mas agora é a hora de pensar na Holanda. O 3x0 em cima do Chile foi um ótimo resultado, mas o triunfo já era esperado. Resta saber se o técnico Dunga vai manter a formação que deu outra cara ao Brasil ou se vai optar pelo retorno de Felipe Melo e Elano ao meio de campo. Essa resposta só teremos na sexta-feira, às 11h. Agora é hora de comemorar.

Tudo como esperado

PAULO FAZIO

O primeiro tempo do duelo entre Brasil e Chile acabou como esperado. Com a formação contando com Ramires e Daniel Alves no meio de campo, a Seleção teve mais opções na frente. Não foi aquele time que tocava a bola por minutos, mas sem objetividade, chato. Michel Bastos também apareceu bem na esquerda. O lateral estava precisando dar mais vida ao setor.

O resultado disso foi um 2x0 sem sustos. Juan, de cabeça, e Luís Fabiano, com um passe sensacional de Kaká, construíram o placar. A equipe chilena até mostrou um pouco de velocidade, com jogadas de toque rápido, mas pouco fez no quesito eficiência.

Gostei do que vi. Lógico que os jogadores ainda estavam se acostumando com o esquema mais ofensivo. Chutou mais, foi mais veloz, fez mais tabelas. Enfim, jogou como a Seleção deve jogar.

Com esse placar, o segundo tempo deve ser mais tranquilo. O Chile vai ser Chile e vai se mandar para o ataque, dando todo o espaço necessário para transformar o 2x0 em uma goleada. Vamos ver. Meu palpite foi 3x1, vou continuar com ele.

Uma Seleção mais solta

PAULO FAZIO

Escrevi há pouco tempo que, com as saídas de Felipe Melo e Elano, os substitutos naturais deveriam ser o pernambucano Josué e Daniel Alves, respectivamente. Não porque seriam as melhores opções - digo isso mais em relação à entrada de Josué -, mas sim pelo que Dunga havia demonstrado em outras partidas. Quando saiu a relação dos titulares, entretanto, a surpresa estava lá: Ramires.

Dunga optou por testar uma formação que muito brasileiro queria faz tempo. Tirar um dos volantes de contenção, que pouco fazem com a bola no pé, para a entrada de um jogador que possa fazer com que a transição da bola para o ataque seja com mais qualidade. Acho a opção corretíssima. Ramires tem qualidade e velocidade para isso. Além disso, é um jogador que aparece muito no ataque. Com uma marcação muito pesada em Kaká, os espaços para ele vão aparecer.

Já Daniel Alves não é preciso nem falar. É o 12º titular de Dunga. E com méritos. Seja na lateral esquerda, na direita ou no meio de campo, está sempre disposto em qualquer posição que atue. No meio, tem qualidade técnica suficiente para armar boas jogadas com Maicon pela direita, além de ser um jogador inquieto, que quer sempre a bola para partir para cima e arriscar uma jogada mais incisiva.

Acho que o técnico da Seleção acertou nas substituições, fugindo do seu pragmatismo comum. Creio que as mudanças podem fazer a equipe ficar mais solta, ofensiva. É o que todo brasileiro quer.

Vale a pena ver de novo

PAULO FAZIO

De todos os possíveis adversários que poderia enfrentar nas oitavas de final, não teria um melhor para o Brasil que não o Chile. Não só por ser um time ofensivo, presa preferida da equipe de Dunga, mas também pelo histórico de vitórias recentes da Seleção no embate entre os dois países: os chilenos são verdadeiros fregueses. Por isso, hoje, às 15h30, no Estádio Ellis Park, em Joahnnesburgo, tudo conspira a favor de um atropelamento brasileiro.

As estatísticas escancaram a superioridade amarela. Brasil e Chile já mediram forças 65 vezes: 46 vitórias brasileiras, 12 empates e somente sete triunfos chilenos, de acordo com dados do site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Recentemente, na Copa do Mundo de 1998, os dois países duelaram também pelas oitavas de final do torneio. Atropelamento da Seleção, que venceu por 4x1.

Sem a menor vontade de diminuir esses números, o técnico Dunga não deverá fazer grandes mudanças na equipe que vinha sendo titular. Kaká, depois de cumprir suspensão, volta a comandar o meio de campo. Assim como Robinho, poupado contra Portugal, deve ser o parceiro de Luís Fabiano no ataque. O único ponto de interrogação se encontra no meio de campo. Felipe Melo sentiu uma lesão no tornozelo, e pode ser substituído pelo pernambucano Josué. Além dele, Elano não se recuperou totalmente de uma entrada sofrida contra a Costa do Marfim e pode dar lugar para a entrada de Daniel Alves.

Já o técnico Marcelo 'El Loco' Bielsa, que já não conta com uma retaguarda das mais impenetráveis, ainda não poderá contar com sua dupla de zaga titular. Medel e Ponce receberam o segundo amarelo contra a Espanha e estão suspensos. Estrada, expulso no mesmo duelo, também é desfalque. Mesmo com tantas perdas, Bielsa pode comemorar a volta do meia Matias Fernández, principal articulador de jogadas da La Roja.

Ainda sem convencer, Holanda avança

TERNI CASTRO

Em jogo bastante disputado, a Holanda derrotou a surpreedente seleção da Eslováquia por 2x1 (aê, palpite certeiro!) e carimbou o passaporte para as quartas de final da Copa do Mundo. Apesar do revés sofrido diante da Laranja Mecânica, vale ressaltar aqui o bom desempenho do selecionado eslovaco, que poderia muito bem ter despachado os holandeses de volta para casa. Poderia, mas graças, principalmente, ao astro Robben - um dos destaques da partida -, o sonho eslovaco de ir mais longe vai ter que ser adiado para as próximas edições do Mundial.

A partida, como era de se esperar, começou com os laranjas indo para cima. O atacante Robben, mostrando que está completamente recuperado da lesão na coxa, carregava juntamente com Sneijder o ímpeto dos holandeses. O resultado, então, foi o tento marcado pelo avançado depois de um bom lançamento do meia. Depois disso, a Holanda pisou no freio e o que se viu foi uma chuva de tentativas desperdiçadas pelos eslovacos, principalmente com o atacante Vittek e com o meia Stoch. Entretanto, numa displicência da defesa eslovaca, foi a Holanda que ampliou o placar com Sneijder. Já no fim da partida, a Eslováquia diminuiu de pênalti com Vittek - agora, artilheiro do Mundial juntamente com o argentino Higuaín, ambos com quatro gols -, mas era tarde demais. Festa, então, laranja.

Parabenizo a boa seleção da Eslováquia, que em momento algum desistiu de buscar o resultado diante da poderosa Holanda. Pena mesmo que não tenham seguido na competição. Quanto à Laranja Mecânica, parece mesmo que adotou uma postura pragmática, percebida desde o momento que a equipe faz o primeiro gol e depois se contenta em administrar o resultado. Cuidado, Holanda, pois esse joguinho contra o Brasil (possível adversário nas quartas) não vai dar certo. Enfim, mais uma vez os laranjas venceram, mas não convenceram.

Palpites da equipe de Esportes da Folha

Veja os palpites da equipe de Esportes da Folha de Pernambuco para o jogo Brasil x Chile, pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

Flávio Batista - Brasil 4x1 Chile
Kauê Diniz - Brasil 3x0 Chile
Felipe Amorim - Brasil 3x0 Chile
Claudemir Gomes - Brasil 2x1 Chile
Gustavo Lucchesi - Brasil 5x2 Chile
Gustavo Paes - Brasil 3x1 Chile
Léo Lisbôa - Brasil 3x0 Chile
Paulo Fazio - Brasil 3x1 Chile
Brenno Costa - Brasil 2x1 Chile
Yuri de Lira - Brasil 3x0 Chile
Irce Falcão - Brasil 3x0 Chile
Terni Castro - Brasil 3x0 Chile

Mande sua foto para o Folha na Copa

Você vai vestir o verde e o amarelo e vai torcer pela Seleção Brasileira, hoje à tarde, contra o Chile? Então, prepare a máquina fotógrafia, registre o momento e envie a imagem para o blog Folha na Copa. Para fazer isso é muito fácil. Basta mandar o material para o email esporte@folhape.com.br. Não esqueça de colocar seu nome e de identificar as demais pessoas que, porventura, estiverem na foto. Estamos esperando!

Todos de olho em Holanda x Eslováquia

TERNI CASTRO

O jogo mais improvável - ou não - vai acontecer. Holanda e Eslováquia se encontram logo mais, às 11h, para disputar uma vaga nas quartas de final da Copa. Quem não acreditava numa classificação dos eslovacos, surpreenderam-se com um time bem postado e disposto a aprontar na competição - fato que já rendeu frutos, com o despache da poderosa Itália de volta para casa na fase de grupos.

Nesta partida tudo pode acontecer. Os eslovacos já mostraram que não estão para brincadeira. Com um meio de campo organizado e um ataque que sabe fazer gols - o avançado Vittek já configura como um dos artilheiros desta edição com três tentos -, a Eslováquia não tem nada a perder e tudo indica que irá travar um grande duelo com a Holanda. Já a Laranja Mecânica vem embalada pelos 100% de aproveitamento - até aqui foram três vitórias em três jogos - e espera emplacar de vez o futebol ofensivo tão esperado neste Mundial. Dúvida somente é a presença do astro holandês Robben, ainda não confirmado na equipe titular.

Arrisco-me a palpitar numa vitória dos Laranjas (por 2x1), mas esse jogo pode ir até para a prorrogação. Espero que sim, pois vai ser mais emoção e garantia de uma grande disputa para os amantes do futebol.

Copa na Rádio Folha FM (96.7)

Confira daqui a pouco, a partir das 7h, informações sobre a Copa do Mundo no Folha Notícias. Além disso, a Rádio Folha FM (96.7) está trazendo durante toda a programação curiosidades e fatos históricos do torneio. E hoje, dia de jogo do Brasil no Mundial, contra o Chile, acompanhe as expectativas para o jogo, além de comentários no intervalo e ao final da partida.

Para ouvir, basta sintonizar 96.7 ou acessar a rádio pela internet, através do endereço da Folha Digital - www.folhape.com.br.

Destaques da Folha de Pernambuco

A Seleção Brasileira terá um velho freguês pela frente na partida de oitavas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Hoje, às 15h30, o time comandado por Dunga enfrentará o Chile, no Estádio Ellis Park, em Johannesburgo. Essa partida, como não poderia deixar de ser, é o destaque do caderno Folha na Copa desta segunda-feira.

E você pode conferir também os resultados do fim de semana, que classificaram Uruguai, Gana, Alemanha e Argentina para as quartas de final. Aliás, os dois jogos do domingo foram marcados por erros grosseiros da arbitragem.

E segunda-feira é dia de Agito na Copa, coluna assinada pelo jornalista Thiago Soares. Tudo isso e muito mais na sua Folha de Pernambuco.

Para acabar com o "E se..."

domingo, 27 de junho de 2010

GUSTAVO LUCCHESI

Vai ano, vem ano e os "velhinhos" da Fifa parecem não querer aprender. Fecham os olhos para os avanços tecnológicos, que acabariam com os "E se..." no mundo da bola e deixaria o melhor vencer em paz. E dentre os "blá blá blás" mais bisonhos usados como argumento, estão o de que a tecnologia tiraria a espontaneidade do futebol ou que os erros sempre fizeram parte da história deste esporte e que o futebol é um esporte "diferente". Porém, o argumento que a medida é "para manter a autoridade e moral do árbitro em campo" é um dos que mais de dói.

Concordo que basquete, tênis, atletismo, natação, futebol americano, entre outros que já se aliaram aos recursos tecnológicos, são esportes que permitem paradas para analisar lances duvidosos e rever tempos com exatidão. Mas não há pecado em colocar um simples chip na bola, ou até mesmo deixar o quarto árbitro rever o replay e comunicar o correto ao trio de arbitragem. Imoral? Nada disso! Imoral mesmo são erros como os dois que aconteceram nessas oitavas de final da Copa 2010. São equívocos que chegam ao ponto de entristecer até mesmo alguns torcedores beneficiados.

O pior mesmo é que se trata de um crime assistido em tempo real pelo mundo inteiro. E ai de quem quiser ajudar o futebol e mostrar que aquilo é errado, que os erros não precisam fazer parte do mundo da bola. Será que todos os esportes restantes estão errados e somente Sir Blatter e os velhinhos caquéticos da Fifa estão certos. Enquanto eles refletem sobre isso, esses erros vão manchando a história do esporte e fazendo o futebol olhar para o céu e suplicar "Meu Deus, dá os toques à Fifa, por favor". E com certeza Deus irá retrucar. "Oh! futebol, perdoai os velhinhos, eles não sabem o que fazem".

O problema inglês é outro

GUSTAVO PAES

Após a eliminação precoce - não pelo futebol apresentado, mas sim pela tradição -, de Itália e França, uma polêmica antiga foi resgatada. A invasão de jogadores estrangeiros nos times europeus atrapalha ou não a formação das seleções nacionais?

Fazendo um paralelo entre Itália e Inglaterra, massacrada hoje pela Alemanha, acredito que o problema dos ingleses é outro. Enquanto na Premier League os jogadores nacionais têm participação e dividem bem os holofotes com os estrageiros, no Calccio, os italianos foram relegados ao segundo escalão.

Não dá para dizer que um time com Lampard, Gerrard, Ashley Cole, Terry e Rooney seja desprovido de talento. Claro que o Campeonato Inglês é muito bem vendido, com gramados excepcionais e arquibancadas lotadas - o que por vezes iludem os mais desatentos -, mas dizer que esses atletas têm muito marketing e pouco futebol é bobagem.

Eles jogam muita bola, mas apenas nos seus clubes. Acho que o maior problema inglês está na falta de variedade no meio-campo e nos fracos coadjuvantes. A dupla Lampard e Gerrard nunca deu "liga". Johnson, Upson, Defoe e Milner são muito limitados. Para piorar, Rooney não apareceu na África do Sul.

Para terminar, um comparativo dos quatro grandes clubes de Inglaterra e Itália, só para ilustrar:

Protagonistas na Inglaterra

Chelsea: Lampard, Ashley Cole e Terry
Manchester United: Rooney e Rio Ferdinand (lesionado dias antes da Copa)
Liverpool: Gerrard
Arsenal: Não tem

Protagonistas na Itália

Internazionale: Não tem (foi campeã da Europa sem nenhum italiano entre os titulares)
Milan: Não tem (Gatuso e Pirlo em franca decadência)
Juventus: Buffon (Cannavaro em decadência)
Roma: De Rossi (Totti em decadência)

Com falha da arbitragem, Argentina está nas quartas de final

GUSTAVO LUCCHESI

Dizer que a Argentina não merecia já é demais. Afirmar que ela não precisava disso é até mais sensato, porém, o mais impressionante da classificação hermana foi como um trio de arbitragem consegue estragar um jogo que começou tão bem, parelho, jogado em alta qualidade e que tinha tudo para acabar como um dos grandes jogos da história dos Mundiais. E que fique registrado também que ele jamais poderá ser reeditado da mesma forma, pois Copa do Mundo não permite isso, mesmo que daqui há quatro anos Argentina e México se reencontrem no Brasil, mas não será a mesma coisa. Nunca é.

Em relação ao jogo, parabéns aos mexicanos! De verdade. Lutaram bravamente, mesmo perdendo a cabeça após o gol irregular de Tevez, o que é totalmente compreensivo. Levaram azar em vários lances, com bola na trave e zagueiro salvando gol em cima da linha. Foram castigados pela falha bisonha de Osório.

Os hermanos não precisavam de nenhuma ajuda da arbitragem, pois bateriam o México se nada fora do normal acontecesse. E em vários momentos se mostraram superiores aos mexicanos, principalmente na hora de decidir. E em Copa isso tem peso dobrado. Para os hermanos, que venha a Alemanha. Para os cabrones, que venha a parceria com a Inglaterra para acordar a Fifa, que insiste em ignorar a evolução tecnológica. Azar do futebol.

Arrisco numa zebra mexicana

GUSTAVO LUCCHESI

Reeditando as oitavas de final da Copa passada, o México tem hoje a sua chance de vingança, no encerramento do dia perfeito para os amantes da bola. Conseguindo desbancar a anfitriã África do Sul e a ex-toda poderosa França, os comandados de Javier Aguirre chegam com moral para este confronto. Porém, é uma pena que do outro lado esteja a Argentina. A trupe de Don Diego Maradona vem jogando um belo futebol, conseguiu a classificação com três vitórias tranquilas e é apontada como favorita no duelo, como toda a razão.

Mas, desconfiado que sou com qualquer time que chega com tanta pompa à segunda fase, aposto numa zebra. Não é secando os nossos hermanos não, mas o México tem um time valente, além de bom toque de bola mesmo, e com certeza não largará o osso que o mantém vivo neste Mundial. Aposto num grande duelo entre o ataque argentino e a defesa mexicana. Arriscaria um 2x1 para o México. Valendo ressaltar que o vencedor deste duelo vai encarar a Alemanha nas quartas de final.

Jogão! Alemanha classificada!

GUSTAVO LUCCHESI

E que jogão. Digno de suas ricas histórias no futebol, Alemanha e Inglaterra protagonizaram uma linda batalha em campos sul-africanos. Pena ter sido numa oitavas de final, pois se eu fosse o diretor de um filme da Copa 2010, este duelo entraria numa semifinal, mas como não sou, vamos ao jogo.

É impressionante a falta de equilíbrio do time comandado pelo italiano Fabio Capello. Num começo de jogo bastante parelho, basta um chutão do goleiro alemão para infernizar a vida dos ingleses, assim como nasceu o primeiro gol, de Klose. Pronto, pane geral no English Team por conta de uma desatenção amadora. Gol de Podolski e muita gente já enterrando a Inglaterra (eu era um desses). mas aí que o desequilíbrio britânico mostra o seu outro lado.

Em quatro minutos, os ingleses diminuíram, e teriam chegado ao gol de empate. Aliás, um belíssimo gol, que, diferente do restante do mundo, só o trio de arbitragem não enxergou a bola de Lampard (que zica hein Lampard) ultrapassar a linha do gol.

Os comandados de Capello voltaram para a etapa final com a postura certa e que teria tudo para dar certo. Porém, a Alemanha vem mostrando cada vez mais que o seu contra-ataque é mortal, assim como Brasil e Argentina, e mandou os ingleses para casa com uma goleada histórica.

Venceu o melhor time, apesar do erro da arbitragem ter influenciado no resultado, e por conta dele, mais um "se" entra para a história dos Mundiais. "E se a Inglaterra empata", "E se o juiz tivesse enxergado o gol de mão de Maradona em 1986", "E se o juiz não errasse duas vezes contra a Espanha em 2002, contra a Coréia do Sul", "E se..."

Que ironia do futebol!

FLÁVIO BATISTA

O esporte, em especial o futebol, é mágico. Não faltam histórias, alegrias, tristezas, polêmicas e... ironias. Talvez a maior delas tenhamos visto há pouco tempo, quando Lampard, da Inglaterra, chutou, a bola bateu no travessão, quicou dentro da barra, voltou a acertar o travessão, atingiu a linha e saiu. O que era um gol claro não foi confirmado pelo árbitro uruguaio Jorge Larrionda.

Diante dessa jogada, é impossível não vir à cabeça um lance polêmico na final da Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, envolvendo os mesmo adversários de hoje na África do Sul (ingleses e alemães). O jogo estava na prorrogação, após empate por 2x2 no tempo normal, e, aos 11 minutos, o inglês Hurst dominou a bola dentro da área e chutou. A pelota bateu no travessão, quicou em cima da linha e saiu. O árbitro suíço Gottfried Dienst confirmou o gol para desespero dos alemães. No último lance da partida, o mesmo Hurst fez o quarto gol dos donos da casa, que puderam comemorar o título mundial. O único até hoje. E sempre vinculado a essa falha da arbitragem.

Comparando a situação de agora há pouco com a de 1966 não tem como não ficar pasmo com tamanha ironia. Independente do que acontecer no segundo tempo (prorrogação e pênalti, se necessários), Inglaterra e Alemanha já entraram para a história da Copa mais uma vez. E, parece, que o futebol está cobrando, até com requintes de crueldade, uma dívida inglesa.

Juventude alemã x Estrelas (apagadas) inglesas

GUSTAVO LUCCHESI

O domingo perfeito para qualquer fã de futebol começa logo cedo, com um dos clássicos mais tradicionais da história do mundo da bola. Alemanha e Inglaterra duelam por uma vaga nas quartas de final antes da previsão da maioria dos videntes de plantão. Culpa dos ingleses, que ficaram com o segundo lugar do seu grupo, com os Estados Unidos passando como líder. Mas vamos ao embate.

Rivais históricos, podemos citar dois grandes duelos entre alemães e ingleses. O primeiro foi na final da Copa de 1966, quando a Inglaterra bateu o rival na prorrogação, com um gol bastante discutido até hoje, conquistando o seu único Mundial na história. No segundo quem se deu bem foram os tricampeões do mundo. Na semifinal da Eurocopa de 1996, a Alemanha desclassificou os English Team nos pênaltis, nas semifinais, em pleno Wembley, para comoção geral dos ingleses.

No quadro atual, muita coisa mudou desde o último episódio. Os alemães fizeram um boa renovação na sua equipe, com o jovem Ozil sendo uma das grandes esperanças de classificação. Já a Inglaterra só conseguiu chegar até aqui jogando com camisa e tradição. Mostrando um futebol quadrado e sem criatividade, os comandados de Fabio Capello não me convenceram. Acredito mais no equilibrio dos alemães e vou de 3x1 para os galegos.

Destaques da Folha de Pernambuco

Promessa de muita emoção na Copa do Mundo, neste domingo. Em partidas válidas pelas oitavas de final do torneio, a Alemanha enfrenta a Inglaterra, às 11h, e a Argentina encara o México, às 15h30. Esses dois jogos estão em destaque no caderno Folha na Copa, que ainda traz uma matéria produzida no Terminal Integrado de Passageiros (TIP) na hora de Portugal 0x0 Brasil, na última sexta-feira.

E tem mais. Numa versão digital, disputada na Recife, a Inglaterra foi campeã da Copa do Mundo. Saiba como foi esse torneio lendo a Folha de Pernambuco deste domingo.

O brilho das Estrelas Negras

sábado, 26 de junho de 2010

BRENNO COSTA

Gana faz história. É um time que não tem a habilidade característica do futebol africano. A força física dos jogadores e o poder de marcação concentram as principais virtudes da equipe. É assim que eles chegam pela primeira vez às quartas de final de uma Copa do Mundo e igualam os feitos de Camarões (1990) e Senegal (2002). E pode fazer mais. As Estrelas Negras têm chances reais de continuar brilhando e enfrentam o Uruguai, no dia 2 de julho.

Gana começou a partida impulsionada por aquele algo a mais de ser o único representante africano na competição. Novamente, expôs as dificuldades ofensivas. Entretanto, na base muito mais da força do que da técnica, conseguiu ser melhor na primeira metade. Gyan atuou isolado como atacante e tinha a ajuda do meio-campo que chegava bem na frente, ao contrário das outras partidas. Já os Estados Unidos, além de jogar de maneira tímida e sem criar chances de gol, erraram muito nas saídas de bola. Foi, justamente, dessa maneira que a equipe africana conseguiu marcar o primeiro gol.

Já no final da primeira etapa, o time da terra do Tio Sam conseguiu igualar as ações. A entrada de Edu no time americano encorpou o meio-campo e forçou a equipe de Gana a recuar mais. Dessa maneira, os Estados Unidos passaram a jogar melhor e chegaram ao gol de empate, levando a partida para a prorrogação. Nela, os ganeses acharam um gol logo no início. A partir de então, administraram o resultado na base do preparo físico e seguraram o placar de 2x1.

Semelhanças

FLÁVIO BATISTA

Desde antes de a Copa do Mundo começar, achava que a Argentina seria uma das favoritas ao título. Mesmo com a pífia campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas, quando a vaga só foi assegurada na última rodada, acreditava que os hermanos possuem um grupo muito talentoso, principalmente do meio de campo para frente.

Agora, entrando na fase de oitavas de final do torneio, me convenço que a Argentina é muito favorita ao título. Foi a seleção que mais me agradou até agora. Vejo também muitas semelhanças entre a Alviceleste e a Seleção Brasileira pentacampeã em 2002.

Primeira delas, assim como a Argentina para 2010, a Canarinho só conseguiu carimbar seu passaporte para a Copa da Coreia do Sul e Japão na última rodada das Eliminatórias. Tanto lá quanto aqui, as críticas foram muitas e a desconfiança do torcedor era total. Segunda, a Seleção Brasileira de 2002 possuía uma zaga fraca que nos deixou na mão na estreia diante da Turquia e nas quartas de final contra a Inglaterra, além de outros sustos. A sorte é que, na frente, tínhamos Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho em excelente fase. Tudo muito parecido com os hermanos. A atual defesa deles não passa confiança, mas lá na frente têm Messi, Tevez e Higuaín.

Terceira semelhança, há oito anos, quem comandava o grupo verde-amarelo era Luiz Felipe Scolari. Um treinador com fama de durão e polêmico, mas que sabia ser parceiro dos atletas. Tanto que o grupo ficou conhecido como "Família Scolari". Na África do Sul, eu consigo enxergar uma "Família Maradona". Na comparação com o brasileiro, o argentino é muito mais polêmico e tem uma importância maior para o seu país (é o grande ídolo de lá), no entanto, o tratamento com os atletas é bem similar. Percebe-se que Maradona tem o grupo em sua mão. Coisa que Felipão também tinha.

A minha torcida, claro, é para o Brasil ser campeão (ou melhor, hexa). Mas o meu sentimento é que a Argentina tem tudo para levantar a taça pela terceira vez. Se isso vai acontecer? Aí é outra coisa. Até porque, no esporte, tudo é muito dinâmico e os desfechos, em algumas oportunidades, fogem da previsibilidade.

Um programa de índio

LÉO LISBÔA

Antes que alguém pense, o meu dia não foi ruim. Cansativo, é verdade, mas prazeroso. Ontem, na despedida do Brasil da primeira fase do Mundial, fui acompanhar o duelo com Portgual em uma vila indígena, mais precisamente em Cimbres, no Agreste do Estado.

No início, quando foi me dada a pauta, confesso que fiquei um pouco receoso, principalmente por causa dos conflitos entre os Xucurus em Pesqueira. Quando cheguei no município, a expectativa só aumentava, pois quando falávamos com os moradores, eles só avisavam para ter cuidado.

Chegando na vila de Cimbres, a história foi outra. Ao invés de ocas, casas. Fui muito bem recebido por Chico Jorge, um líder na comunidade. Entrei na casa dele - bem simples, assim como todas em Cimbres - e simpatia não faltou. Em meio a DVD e televisão, pude ver objetos indígenas nas paredes. Chico me explicou que hoje eles são mais de enfeites e são usados durante os rituais Xucurus. Uma das principais preocupações é que a cultura deles não seja extinta.

Na casa de outro índio, o José Luís, alegria não faltava. Apesar de tímidos, os Xucurus conversavam, à espera do jogo do Brasil. No jeito e na aparência, lembravam mais um morador do Interior do que um índio. O cardápio? Nada de diferente. Bode, galinha, macaxeira e arroz. Eu não comi, mas parecia estar bem apetitoso. O motorista Edmílson e o fotógrafo Arthur Mota deixaram os pratos bem limpinhos.

Terminado o jogo, foi a hora de despedida. Simpáticos, eles convidaram para acompanhar as oitavas de final em Cimbres. "Segunda-feira tem mais, se quiserem aparecer, fiquem à vontade".

Sonho americano

BRENNO COSTA

A seleção dos Estados Unidos foi guerreira. O gol de Donovan, nos acréscimos, diante da frágil Argélia, na última rodada da primeira fase, seguiu os roteiros dramáticos de Hollywood, em que o herói sempre leva a melhor no final. Pronto. Foi o necessário para se criar uma grande ameaça às outras equipes. Em matéria de esportes, a terra do Tio Sam é assustadora. Ganha tudo. Agora, eles estão tomando gosto pelo futebol e é nesse embalo que o time disputa as oitavas diante de Gana. Os EUA não apresentam um futebol vistoso, mas é eficiente. Foi assim que conseguiram desbancar o favoritismo da Inglaterra e ficaram em primeiro lugar do grupo. Têm toque de bola rápido, principalmente com o auxílio dos bons jogadores Dempsey e Donovan no setor ofensivo. Com essa receita, podem chegar pela segunda vez na história às quartas.

A grande possibilidade de os Estados Unidos avançarem também se dá por conta do adversário. Gana peca muito nas finalizações. Até agora, marcou apenas dois gols de pênalti. Tem velocidade e qualidade técnica, mas não consegue colocar a bola para dentro. Por outro lado, a Estrela Negra conta com o impulso de ser o único time africano que segue na competição. Os torcedores deverão dar aquele algo a mais. Ainda assim, acredito na vitória dos Estados Unidos por 2x0. A partida começa às 15h30.

Chega de sofrer

BRENNO COSTA

A Celeste Olímpica está nas quartas! Esta já é a melhor campanha do time desde 1974. O resultado de 2x1 sobre a Coreia do Sul (acertei o palpite!) foi construído com um futebol aquém do apresentado nos dois últimos jogos, é verdade. Mas o importante para a equipe foi ter vencido mesmo sem brilhar e ter a confiança na estrela de um atacante: Luís Suárez. Como estampou um jornal do país por esses dias: chega de sofrer!

O Uruguai levou a melhor no primeiro tempo. O setor ofensivo celeste tem sido eficiente. O primeiro gol é o retrato disso. Teve a participação de Cavani, a assistência de Forlán e o oportunismo de Suárez. A vantagem adquirida logo no começo da partida deu ao time sul-americano a possibilidade de se fechar. O time comandado por Oscar Tabárez, então, passou a atuar em uma linha de quatro defensores com mais três volantes na proteção. O resultado disso foi que a Coreia do Sul teve mais posse de bola, mas não conseguiu penetrar na grande área e, assim, criar chances claras de gol. Arriscavam chutes de fora da área sem muito sucesso.

Na segunda etapa, o Uruguai foi covarde. Recuou excessivamente e levou um gol por causa disso. O empate deixou o jogo tenso. As equipes erravam muitos passes. Entretanto, brilhou a estrela do matador Suárez, que, em lance individual, marcou o tento da classificação. A Celeste passa às quartas com a certeza de que ficou devendo.

A vez da Celeste

BRENNO COSTA

O Uruguai, nem de longe, figurava entre os favoritos desta Copa do Mundo. A Celeste Olímpica há muito decepcionava dentro de campo e não conseguia resgatar a mística da equipe campeã em 1930 e 1950. Porém, nas terras africanas, o time cresceu dentro de campo. Aprendeu que não precisa apenas se defender. O técnico Oscar Tabárez recuou Forlán para armar as jogadas e sacou um homem de marcação para promover a entrada de Cavani. O resultado foi um time mais equilibrado e com um poder de fogo interessante no ataque, terminando em primeiro de um grupo que tinha a França. Caso repita o futebol das últimas duas partidas, a equipe tem grandes chances de chegar até a semifinal - já que, vencendo a Coreia do Sul, o time pega o vencedor do confronto entre EUA e Gana.

Correndo por fora, a Coreia do Sul conta com a disciplina tática e a precisão nas bolas paradas. Foi assim que a equipe desbancou a Nigéria, na última rodada, e conseguiu garantir uma das vagas nas oitavas pela primeira vez fora do continente asiático. Leigo é aquele que enxerga a equipe como inocente. A Coreia sabe se fechar e sair rápido nos contra-ataques. Tem seguido a tônica desse Mundial - que é ter pouca posse de bola, mas ser decisivo nas subidas ofensivas. Imagino uma partida equilibrada, mas com uma vitória uruguaia de 2x1. O primeiro mata-mata desta Copa começa logo mais, às 11h.


Destaques da Folha de Pernambuco

A classificação da Seleção Brasileira como primeira colocada do Grupo G e o jogo contra o Chile já na próxima segunda-feira, pelas oitavas de final, é o principal destaque da edição deste sábado do caderno Folha na Copa. Ontem, o time comandado por Dunga ficou no 0x0 com Portugal e a reportagem da Folha de Pernambuco acompanhou a partida junto com os índios, em Pesqueira, no Agreste do Estado. Leia na reportagem que, quando o assunto é futebol, a aldeia é global. Também estivemos na casa dos pais do volante pernambucano Josué, que fez sua estreia na Copa diante dos lusos.

Ainda ontem, a Costa do Marfim fez 3x0 na Coreia da Norte, mas as duas seleções estão eliminadas do Mundial. Pelo Grupo H, a Espanha venceu o Chile por 2x1 e Suíça e Honduras "morreram" abraçadas após empatarem por 0x0.

E hoje começa a fase de oitavas de final do torneio, com duas partidas: Uruguai x Coreia do Sul, às 11h, e Estados Unidos x Gana, às 15h30. Leia isso e muito mais na sua Folha de Pernambuco.

Sem chances para a zebra

sexta-feira, 25 de junho de 2010

YURI DE LIRA

Sem dar chances para as zebras, a Espanha bateu o Chile, por 2x1, e classificou-se para as oitavas de final da Copa do Mundo. Ainda perdendo, os andinos também conseguiram passar para a próxima etapa da competição - graças ao insosso 0x0 entre Suíça e Honduras. Apostei em 3x1 para o escrete de Vicente del Bosque, em Pretória. Por pouco não acerto na mosca.

Apesar do poderio ofensivo da Fúria, o Chile equilibrou as ações no começo do jogo. Até que, aos 24, após uma bola lançada sem pretensão do campo de defesa ibérico, o arqueiro Bravo saiu do gol loucamente e cortou no pé do espanhol David Villa. À distância, "El Guaje" abriu o placar, fazendo o seu quarto gol no Mundial: 1x0. Aos 36, Beausejour desperdiçou a chance do empate. Pagou um preço caro. Dois minutos depois, Villa (craque de bola) fez jogada na esquerda e tocou no meio para Iniesta, que bateu no canto: 2x0.

Durante o lance, o volante de "La Roja" Marco Rodríguez acabou derrubando, sem querer, o atacante Fernando Torres. Erroneamente, o árbitro mexicano Marco Rodríguez mostrou o segundo cartão amarelo para o atleta - que foi para o chuveiro mais cedo. Esse juizão merece uma puniçãozinha. Quase coloca todo o trabalho de "El Loco" Marcelo Bielsa por água abaixo. Geladeira nele!!!

Os andinos fizeram logo no comecinho da segunda etapa, por intermédio de Millar, aos dois: 2x1. Com o empate entre Suíça e Honduras, o Chile também se classificava. Quando chegou na metade do segundo tempo, a partida virou um joguinho de comadres. Sem graça alguma. Tocando de lado, os espanhois estavam mais que satisfeitos. O time de Bielsa, com um homem a menos, se mantinha na retaguarda - confiante que o empate dos alpinos frente aos centro-americanos persistisse. Deu certo. Nessa brincadeirinha, estragaram o meu palpite no bolão da Folha (3x1). Indignação total!

Apesar da derrota (a primeira das seleções da América do Sul no Mundial), os chilenos se classificaram em segundo no grupo H, atrás da Espanha. O Chile agora enfrenta o Brasil (passaremos fácil!!!), na próxima segunda-feira, às 15h30, em Johannesburgo. Um dia depois, Espanha pega Portgual, no mesmo horário, na Cidade do Cabo.

Deu dor na vista

FELIPE AMORIM

Pense num joguinho duro de ver que foi esse empate sem gols entre Suíça e Honduras, no Free State, em Bloemfontein. O futebol apresentado pelas duas equipes foi tão abaixo da média, repleto de furadas de bola que deu até dor na vista (sem piadinhas, por favor). Não estou exagerando, o embate de Copa do Mundo pareceu até uma pelada de várzea. Tanto que o narrador da ESPN estava mais interessado em comentar os lances de Chile x Espanha do que o seu próprio jogo.

No primeiro tempo, a Suíça foi levemente melhor. Se o atacante Nkufo tivesse ao menos um pouco de habilidade, poderia ter tirado um zero do placar nas duas boas oportunidades que teve, ambas nos últimos minutos. Aos 42, ele até tentou matar a bola no peito, mas foi a bola quem o matou. Em seguida, cabeceou perto da trave.

Quando as equipes voltaram do intervalo, tive um alento de melhora, para não dormir aqui na redação. Mas tudo continuou na mesma. Confesso que nos minutos finais a emoção tomou conta, não que os jogadores tivessem resolvido jogar. Longe disso. A gritaria aqui na editoria foi para que a Suíça fizesse um gol e alguns companheiros de equipe acertassem em cheio o resultado no bolão. Mas os atletas teimaram em maltratar a coitadinha da Jabulani. No final, quase que o hondurenho Alvarez fez de cobertura, mas Benaglio, esperto, realizou uma linda defesa. Ainda bem que os deuses do futebol não interferiram no placar, porque se os suíços tirassem a vaga do Chile seria muito injusto.

Eita feriadão "bão"!

FELIPE AMORIM

O jogo foi ruim de ver, para não dar uma de Dunga e começar a proferir palavrões neste espaço. De longe, um dos piores desta Copa do Mundo na África do Sul. Mas não é que a turma torceu (e comemorou) como nunca pelo primeiro lugar do Grupo G? Achei até um pouco estranho, porque a partida deu mais raiva do que alegria. Mas logo veio o estalo (a lâmpada apareceu em cima da minha cabeça). A torcida gostou mesmo foi de ver o feriadão ser prolongado até a próxima semana. Ou quem acha que no dia mundial da preguiça, mas conhecido por segunda-feira, quando acontecerá a partida das oitavas de final, alguém vai trabalhar?

Ou seja, a farra das festas juninas no Nordeste, que começou já na noite da última quarta-feira e foi impressada nesta sexta-feira por causa do jogo do Brasil, pelo visto se estenderá mais um pouco. Sábado e domingo nem conto porque já é de lei tomar umas e outras no final de semana. E como terça-feira é dia de São Pedro, mas a festa é comemorada na véspera, dia do confronto das oitavas de final, os fogos (e a folga) continuarão por mais alguns dias.

Espanha e Chile prometem um jogão

YURI DE LIRA

Chilenos e espanhois estarão, hoje, com o coração na mão. O duelo, pelo grupo H, pode eliminar uma das duas equipes da Copa do Mundo. Um empate basta para garantir os sul-americanos na próxima fase do Mundial. Já a Espanha está na frente da terceira colocada Suíça apenas por conta do saldo de gols: 1x0. Por isso, se não quiserem depender dos alpinos, têm de buscar o resultado a todo custo. A promessa é de um jogo aberto. Até porque, diferentemente dos suíços, nenhum dos dois times gosta de adotar uma postura defensiva. Pelo contrário. O ataque é o forte de ambos. Mas convenhamos que, ataque por ataque, o da Fúria é bem melhor. Assim, acredito em um 3x1 a favor dos comandados de Vicente del Bosque, em Pretória.

Em termos de talentos individuais, o escrete da terra da paella dá um banho no Chile. Porém, para o meio-campista Xavi isso não é levado em consideração. “Em nomes, a Espanha pode parecer melhor, mas temos que demonstrar isso em campo”, falou, polido. Del Bosque segue o mesmo raciocínio. “As forças se equilibraram tanto que qualquer um pode perder”, sentenciou o técnico. Os ibéricos sabem que um resultado negativo logo mais vai ratificar ainda mais o seus apelidos de “amarelões”. Avançar para as oitavas de final passa a ser mais que obrigação.

Os andinos, apesar de jogarem por um simples empate, negam que vão entrar em campo com uma postura covarde. “Para mim, tentar ganhar é mais fácil do que montar um esquema especial para segurar o empate”, disse o treinador argentino “El Loco” Marcelo Bielsa – conhecido por sempre colocar os seus times para frente. Embora ofensivo, o Chile ainda não sofreu nenhum tento na competição. Será agora a primeira vez?

Cheiro de empate

YURI DE LIRA

Um das coisas mais sem graça desta vida é ver a Suíça jogar. Exagero meu, é claro. Mas confesso que assistir às partidas dos meninos dos Alpes não é uma das coisas mais agradáveis para os amantes do futebol refinado. Hoje, em Bloemfontein, os europeus terão a difícil, tortuosa, quase impossível missão de marcar gols. Para avançarem às oitavas de final da Copa do Mundo, precisam vencer Honduras. Balançar as redes dos “catrachos” vai ser de suma importância, já que o que separa os suíços da Espanha, segundo lugar no grupo H, é apenas um tento no critério de desempate saldo de gols.

Os alpinos não sabem atacar. Pela primeira vez no Mundial, vão ter que partir para cima. Estou ansioso para vê-los atacando (será que vão mesmo?). O atacante Frei deu uma pista. “Contra os hondurenhos teremos que sair um pouco mais, mas sem deixar de lado a nossa característica (mega defensiva)”, contou.

A situação é ainda mais complicada para a Bicolor. Os centro-americanos ainda não pontuaram. Têm um saldo negativo de três gols. Para irem à fase seguinte do Mundial, devem ganhar da Suíça por mais de três tentos de diferença e torcer para uma derrota simples da Espanha, frente ao Chile. Eles são frágeis. Não possuem uma defesa sólida, contudo também não conseguem atacar com eficiência. Ou seja, hoje o placar fica em branco: 0x0.

Coreia do Norte x Costa do Marfim. Eu vi!

YURI DE LIRA

Fui um dos poucos brasileiros a ver o jogo entre Coreia de Norte e Costa do Marfim, pelo grupo G do Mundial. Privilégio nenhum. O confronto em Nelspruit não foi, nem de longe, empolgante. Como falou o amigo de editoria Felipe Amorim, só assisti mesmo por obrigação profissional. Enquanto acompanhava o embate entre norte-coreanos e marfinenses, eu dava aquelas espiadinhas na televisão que passava Brasil x Portugal. Era um olho na missa e outro no padre. Às vezes nem precisava. Ao ouvir a gritaria (principalmente das mulheres) vinda do outro lado da redação, sabia que estava rolando emoção no confronto entre brasileiros e patrícios.

Acho que nem os jogadores dos dois times também estavam muito interessados em jogar. Creio que preferiam estar vendo a Canarinho. Aos eliminados asiáticos, não restava mais nada. Os africanos precisavam de um milagre (uma vitória verde-amarela sobre os lusos e, de quebra, tirar uma diferença de nove tentos no saldo de gols dos ibéricos).

A princípio, pareciam que iriam buscar isso. Desde os primeiros segundos de partida, os Elefantes pressionaram. Aos 10, Drogba marcou - mas estava em posição de impedimento. Três minutos depois, Yaya Touré recebeu na entrada da área e meteu no cantinho direito de Ri Myong-Guk, que não riu nadinha depois do lancel: 1x0.

Era ataque contra defesa. Quando o cronômetro apontava 19, Romaric aumentou: 2x0. O ímpeto africano, no entanto, não teve sequência. O resto da etapa inicial ficou morno - apenas com um lance de perigo de Gervinho - que, cara a cara com o goleiro, chutou pra fora.

Os comandados do sueco Sven-Göran Eriksson voltaram em marcha um no segundo tempo. Pareciam ter se conformado com a eliminação. Ainda assim, anotaram mais um com Kalou, aos 36: 3x0. Pararam de correr. Nada mais de legal aconteceu. Definitivamente, queria ter visto o jogo do Brasil por completo. Foi melhor? Me digam!

Valeu pela liderança do grupo

FELIPE AMORIM

Se a intenção do Brasil era jogar com o regulamento debaixo dos braços contra Portugal para garantir o primeiro lugar do Grupo G, tudo bem, não fez mais do que isso. Até porque o futebol ficou no vestiário do Estádio Moses Mabhida, em Durban. Esta foi a pior exibição da Seleção nesta primeira fase. Nada de gols, três cartões recebidos, quase nenhuma jogada ofensiva com perigo real de gol. Mas o pior mesmo foi ver que dependemos, sim, de Kaká. Júlio Baptista entrou em seu lugar e não fez absolutamente nada. Nadica! Agora é esperar os jogos da tarde para ver quem será o adversário nas oitavas de final. Pode ser Chile, Espanha ou Suíça. Mas independente de quem for, o Brasil precisa reencontrar o bom futebol, caso não queira voltar para casa mais cedo.

No jogo, no primeiro tempo vimos uma Seleção Brasileira usando e abusando das jogadas pela direita. Coitado de Maicon que ficou sobrecarregado. Além do número excessivo de cartões (sete), um ponto que passou batido por mim foi a entrada de Josué (quem?) já no finalzinho. A correria para atualizar o blog foi tanta que acabei esquecendo do nosso representante pernambucano. Desculpa, garoto, não foi de propósito. A família Anunciado deve ter ido à loucura com a entrada no baixinho em campo.

Já os últimos 45 minutos foram dos portugueses. Talvez se tivessem contado com Deco, poderiam ter vencido. Faltou um pouco mais de qualidade no último passe dos lusos. Cristiano Ronaldo até tentou, quando lutou contra quatro brasileiros num contra-ataque desperdiçado por Raul Meireles, mas não conseguiu fazer o seu. Só tive a esperança de melhora no Brasil quando Dunga tirou Júlio Baptista para a entrada de Ramires, mas nada mudou. A substituição foi feita tarde demais. O ex-cruzeirense deu até um chute perigoso, aos 45, mas o placar não sairia do 0x0. Justo pelo que as duas equipes fizeram em campo.

Muitos cartões e nada de gols

FELIPE AMORIM

Se eu disser que fiquei contente com a atuação do Brasil neste primeiro tempo contra Portugal, estaria mentindo, mas pelo menos os Canarinhos, na minha opinião, estiveram melhores que os lusos. Se Cristiano Ronaldo não brilhou, e apenas apareceu no telão do sstádio, quando cobrou uma falta para a lua, o mesmo não podemos falar dos nossos atacantes. Luís Fabiano e Nilmar tiveram algumas oportunidades de tirar o primeiro zero do placar.

Mas Dunga precisará consertar um defeito da Seleção, que se prende a jogar pelo lado direito explorando Maicon. Foi atuando neste setor onde as melhores chances do Brasil saíram. Primeiro veio a bola na trave de Nilmar, aos 29 minutos, e, aos 38, foi a vez do Fabuloso cabecear para fora. O incomum foi ver as jogadas serem originadas do lado direito do campo. No resto, a equipe brasileira não criou pelo meio, tendo um Júlio Baptista aquém do esperado, e um Michel Bastos quase sumido. Se quiser bater Portugal, as jogadas precisarão ser variadas, senão os lusos, que não têm nada de bestas (diferentemente das piadas que contamos deles), podem surpreender.

O lado negativo desta primeira etapa do jogo ficou por conta do excessivo número de cartões dado pelo mexicano Benito Archundia. No total, o árbitro destribuiu sete amarelos: quatro para Portugal e três para o Brasil. Pior para o esquentadinho Felipe Melo, que, após bater até na mãe dele, foi substituído por Dunga para não ser expulso e atrapalhar a equipe.

Dunga surpreende, e Nilmar é titular

FELIPE AMORIM

O repórter Tino Marcos, da TV Globo, acaba de dar uma notícia que pegou a nós, brasileiros, de surpresa. Nilmar será titular no ataque ao lado de Luís Fabiano. Isso mesmo, Robinho, um dos xodós do técnico Dunga, foi parar no banco de reservas. Mas o craque do Santos, segundo informações da comissão técnica, não entrará de frente para ser poupado, por conta do cansaço muscular.

Na minha opinião, será uma boa oportunidade de ver Nilmar em ação desde o início. Entrar com a partida em execução, e descansado, é uma coisa. Estou curioso para ver seu desempenho a partir do primeiro toque de bola, com todos os 22 jogadores na mesma condição. Mas estou confiante em uma boa atuação, ao lado do Fabuloso.

Palpites da equipe de Esportes da Folha

Confira alguns palpites da equipe de Esportes da Folha de Pernambuco para o jogo Portugal x Brasil.

Flávio Batista - Portugal 1x3 Brasil
Kauê Diniz - Portugal 1x1 Brasil
Claudemir Gomes - Portugal 0x2 Brasil
Felipe Amorim - Portugal 1x3 Brasil
Gustavo Lucchesi - Portugal 1x4 Brasil
Gustavo Paes - Portugal 2x3 Brasil
Léo Lisbôa - Portugal 0x2 Brasil
Paulo Fazio - Portugal 0x2 Brasil
Brenno Costa - Portugal 1x2 Brasil
Yuri de Lira - Portugal 2x2 Brasil

Honra x Milagre

FELIPE AMORIM

As atenções da manhã desta sexta-feira, pelo menos aqui no Brasil, estarão totalmente voltadas à partida contra Portugal, válida pela última rodada do Grupo G. Até porque o duelo definirá quem passará em primeiro lugar, evitando assim um possível cruzamento contra a Espanha (isso se a Fúria terminar em primeiro também) nas oitavas de final. Mas depois dessa introdução, posso afirmar que o jogo entre Coreia do Norte e Costa do Marfim terá, sim, seu atrativo. Não estou dizendo que assistirei (e não vou mesmo), mas o duelo destas duas escolas diferentes, mesmo tendo cara de preliminar, valerá muito mais que três pontos. Enquanto os norte-coreanos esperam recuperar a honra, após a goleada por 7x0, os marfinenes vão em busca do milagre da classificação. Quem levará a melhor, Drogba ou Jong Tae-se? Façam suas apostas...

Agora, convenhamos, mesmo com estes (poucos) atrativos, quem, em sua sã consciência, deixará de ver Brasil x Portugal para acompanhar Coreia do Norte x Costa do Marfim? Eu até conheço um, o companheiro de equipe Yuri de Lira, mas o coitado assistirá ao jogo por "obrigação profissional", afinal, alguém precisará escrever neste blog sobre esta partida. A quem interessar, o Sportv 2 e a ESPN transmitirão, porém duvido que estes canais somem expressivos números de audiência.

Enfim, quem for assistir ao jogo verá uma Costa do Marfim modificada pelo sueco Sven-Goran Eriksson, à procura do milagre. Até porque os Elefantes só seguirão vivos na África do Sul se o Brasil derrotar Portugal e, de quebra, ainda precisam tirar uma diferença de nove gols de saldo. Já o técnico norte-coreano, Kim Jong Hun, acredita que pode se despedir da Copa com dignidade. Eu aposto na vitória dos marfinenses por 2x1, com gols de Drobga.

Para manter o nível

PAULO FAZIO

Hoje, às 11h, em Durban, a Seleção Brasileira terá uma decisão e um desafio. Primeiro, enfrenta Portugal em um duelo que vai decidir quem será o líder do Grupo G e, provavelmente, se livrará de um possível embate contra a Espanha nas oitavas de final. Com seis pontos, o Brasil precisa apenas de um empate para se manter na ponta da chave. Enquanto isso, os lusos querem uma vitória não só pela liderança, mas também para vingar a derrota sofrida para os brasileiros por 6x2, em um amistoso disputado em 2008 e que continua engasgado na garganta dos Tugas. Por isso, a promessa do técnico Carlos Queiroz é de força total para o jogo, à exceção de Deco, lesionado.

O desafio será mostrar que não é uma equipe dependente de apenas um jogador. Sem Kaká, expulso contra a Costa do Marfim, o técnico Dunga terá que responder a uma das questões que mais deve ter ouvido na época da convocação para o Mundial: quem será o substituto para o meia do Real Madrid? Se tudo seguir como o esperado, Júlio Baptista deve ser o herdeiro natural da posição. Aí o questionamento será outro: poderá ele manter a mesma qualidade? Isso só veremos daqui a pouco.

Outra mudança será a saída de Elano. Por conta de uma pancada sofrida na última partida, o jogador segue com dores na perna e deve ser poupado contra Portugal. Seu substituto deverá ser Daniel Alves, que conta com boas atuações no setor.

O Brasil terá que mostrar que não é apenas um time, mas um grupo onde os que entram podem substituir na mesma altura os titulares. Eu acredito que o nível será mantido, por isso aposto em um novo 3x1 para a Seleção.

Copa na Rádio Folha FM (96.7)

Confira daqui a pouco, a partir das 7h, informações sobre a Copa do Mundo no Folha Notícias. Além disso, a Rádio Folha FM (96.7) está trazendo durante toda a programação curiosidades e fatos históricos do torneio. E hoje, dia de jogo do Brasil no Mundial, contra Portugal, acompanhe as expectativas para o jogo, além de comentários no intervalo e ao final da partida.

Basta sintonizar 96.7 ou acessar a rádio pela internet, através do endereço da Folha Digital - www.folhape.com.br.

Destaques da Folha de Pernambuco

O terceiro compromisso do Brasil na Copa do Mundo é o principal destaque desta sexta-feira do caderno Folha na Copa. A Seleção vai enfrentar Portugal e só precisa de um empate para garantir a primeira colocação do Grupo G. E para esse jogo, Dunga foi obrigado a fazer duas alterações. Expulso na partida contra a Costa do Marfim, Kaká terá de cumprir suspensão. No seu lugar, vai entrar Júlio Baptista. Já Elano ainda sente dores no tornozelo e, por conta disso, será substituído por Daniel Alves.

Essa partida contra Portugal será o primeiro teste de fogo para o sistema defensivo da Seleção. Principalmente porque, do outro lado, estará Cristiano Ronaldo, eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo em 2008. E os portugueses terão reforço de torcida no Recife. Por aqui, tem muita gente que estará com o coração dividido quando a bola começar a rolar, a partir das 11h.

O outro destaque da edição desta sexta-feira é a eliminação da Itália ainda na primeira fase. Atual campeã mundial, a Azzurra perdeu para a Eslováquia por 3x2 e se despediu de forma melancólica da Copa do Mundo. Mas se o clima é de tristeza para os italianos, o mesmo não se pode dizer dos japoneses, que derrotaram a Dinamarca por 3x1 e conseguiram uma vaga nas oitavas de final.

Leia essas notícias e muitas outras no caderno Folha na Copa na sua Folha de Pernambuco.

O nascimento silencioso de um monstro 2 - Capricha Gyodai!!!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

GUSTAVO LUCCHESI

E os números recordes não param por aí, com o soccer derrubando até mesmo Barack Obama. Segundo dados da Akamai Technologies, a cena do gol marcado por Landon Donovan foi mais vista na internet do que a histórica vitória nas urnas do primeiro presidente negro norte-americano. O tento que classificou os yankes foi acessado por 11.294.863 milhões de internautas, só perdendo para a abertura da Copa 2010, conferida por 12.078.868 milhões, contra "apenas" 8.572.042 milhões de interessados nas cenas da vitória de Obama.

Além disso, enquanto os yankes comemoravam o gol de Donovan, o tráfego na internet pipocou tanto que a rede Yahoo Sports, umas mas mais populares nos EUA, saiu momentaneamente do ar por sobrecarga no servidor, e nem mesmo o pobre twitter aguentou, também ficando indisponível para os internautas por instantes. Para completar, celebridades do mundo dos esportes, como Serena Willians, Andy Rodick, Kobe Bryant citaram o feito. Bill Clinton, ex-presidente americano, comemorou a classificação às oitavas dentro do vestiário, com os atletas, regado a muita cerveja, que eles merecem.

Estamos diante do processo de criação de um monstro e ainda não nos demos conta disso. É esperar e conferir o resultado, onde aposto que o Gyodai (criatura que fabricava os monstros inimigos dos Changeman) norte-americano vai caprichar e mandar ao mundo uma das futuras potências no soccer, para desespero da ala conservadora americana, mas isso é assunto para outro post.

O nascimento silencioso de um monstro 1 - Os recordes

GUSTAVO LUCCHESI

Encantado com o assunto, ferrenho crítico contra textos longos em internet, vou logo me perdoando pelo tamanho deste post, inadequado para blogs, mas here we go, entrei no clima. No que está cada vez mais evidente ser o novo acordo fechado entre os deuses do futebol e o Tio Sam, essa parceria não para de colecionar recordes, quebrando marcas de audiência, números de acessos na internet e, de quebra, maior número de turistas na África do Sul, 120 mil americanos, número recorde nesta Copa.

Desfilando atualmente com uma seleção competitiva, vice-campeã da Copa das Confederações 2009, eles só precisavam do último e mágico ingrediente para iniciar o processo de parto do monstro yanke: o público norte-americano. Pois é, precisavam, porque no "pacto", os deuses do futebol deram um bom time aos EUA e em troca entraram para abocanhar a única e gigantesca fatia que o futebol precisa para dominar o mundo por completo: os Estados Unidos da América.

Para colocar em números a prova desse sucesso, a estreia da seleção nesta Copa 2010 já superou a audiência das finais do basquete e do hóquei no gelo em terras norte-americanas, algo inimaginável tempos atrás. No empate contra a Inglaterra, 17 milhões de americanos pararam em frente à televisão, superando os quatro primeiros jogos dos playoffs finais da NBA deste ano, e a Stanley Cup, grande final da liga americana de hóquei (NHL). E valendo ressaltar que a NBA e a NHL foram transmitidas em horário nobre da TV americana, enquanto o futebol passou à tarde.

Já percebendo esse crescimento e sentindo o interesse do público, as redes de transmissão norte-americanas foram à forra. Elas são responsáveis pelo maior faturamento atual da Fifa, com apenas a Univision pagando 325 milhões de dólares (isso mesmo), para transmissão dos jogos em espanhol, o que deixa claro que essa febre tem como principal "inseto transmissor" os imigrantes latinos que vivem nos EUA. A que mais gastou foi a ABC, desembolsando 425 milhões de dólares, adquirindo os direitos de transmissão desde 2007 até 2014.

Uma surpresa atrás da outra

IRCE FALCÃO

Parece que as coisas estão de cabeça para baixo. A Copa do Mundo da África do Sul não cansa de surpreender os amantes do futebol. Itália e França, protagonistas da final do Mundial de 2006, foram eliminadas ainda na primeira fase. E o pior: como lanterninhas dos seus respectivos grupos. Quem também está fora do mata-mata é a África do Sul, sendo a primeira anfitriã da história eliminada antes das oitavas de final.

Falando em novidade e em coisas estranhas, quem um dia poderia imaginar a Seleção Brasileira, sempre tão temida pelo poder ofensivo, eternizado por atacantes como Pelé, Romário e Ronaldo, como dona da melhor defesa do mundo? Dá-lhe Lúcio e Juan! Ainda tem as demais seleções sul-americanas, que saíram da condição de coadjuvantes, desbancando os tradicionais times europeus. Paraguai, Chile e, principalmente, Uruguai estão dando um show.

E já que estamos falando de surpresas, as zebras não podem ficar de fora. Alguém me explica o que foi a derrota da Alemanha para a Sérvia? Estou sem entender até agora, ainda mais porque me prejudicou bastante no bolão da editoria de Esportes. Continuando o safári, a Eslováquia está nas oitavas de final, enquanto a Nova Zelândia, cotada para ser um dos piores times da competição, apesar de eliminada, encerrou a campanha de forma invicta. Tantas novidades e ainda faltam 16 dias de surpresas pela frente. Estamos no aguardo.

Mais um golpe certeiro dos samurais

TERNI CASTRO

Uma vitória para ninguém botar defeito. O Japão deu mais uma vez o seu golpe certeiro de samurai ao derrotar os dinamarqueses por 3x1 e assegurar a segunda colocação do grupo E. Com a vitória, o selecionado nipônico carimbou o passaporte para as oitavas de final, quando enfrentará os paraguaios. Aos dinamarqueses, restou amargar a volta para casa - mesmo depois de ter alguns lampejos para repetir o bom desempenho da Dinamáquina de 1986 (naquela ocasião, os nórdicos foram eliminados na seguda fase pela Espanha).

A partida teve todos os ingredientes de um grande clássico do futebol. As duas seleções buscaram a vitória a todo momento. Os japoneses, caracterizados como uma seleção de retranca, não quiseram apenas o empate -o que já garantia a classificação - e se lançaram ao ataque adversário. O mesmo aconteceu com a Dinamarca, que tinnha de buscar o resultado positivo a todo custo. Como não poderia ser diferente, o que se via em campo eram alternâncias de ataques e defesas de ambos os goleiros. Mas o Japão tinha uma carta na manga: o atacante Honda, que desequilibrou a partida ao mostrar habilidade e uma atuação inspirada. O avançado fez o gol que abriu o caminho para o triunfo japonês e contrbuiu nas jogadas para os outros tentos, anotados por Endo e Okasaki. Os dinamarqueses, apesar de lutarem muito até o fim da partida, só conseguiram carimbar as redes do goleiro nipônico com o capitão Tomasson. A festa, então, ficou por conta dos japoneses, que comemoraram muito o triunfo sobre os nórdicos.

Depois dessa vitória mais do que merecida, o Japão chega credenciado para as oitavas de final. Cuidado, paraguaios, que os Samurais Azuis estão com mais vontade do que nunca de chegar ainda mais longe neste Mundial. Esse embate promete!

Holanda 100%

IRCE FALCÃO

Em um jogo que não valia mais nada, Holanda, classificada, e Camarões, eliminados, deixaram a emoção de lado e protagonizaram 90 minutos de uma partida sem sal. Ô jogo sem atrativo. Teve até lance de bola "cabeceada" com as costas. Os holandeses fizeram certo, entraram em campo para cumprir tabela, atuando em um ritmo morno. Até porque não havia motivos para se desgastar, pois a classificação já estava garantida.

Quem aproveitou a oportunidade foi o atacante Robin Van Persie. Bastante questionado pela crítica devido às más atuações nos primeiros jogos, ele, enfim, desencantou, marcando o primeiro gol nesta Copa do Mundo, aos 35 minutos do primeiro tempo. Os camaroneses até tentaram se despedir sem derrota, e o gol de empate saiu no segundo tempo, com Eto'o cobrando pênalti cometido por Van Der Vaart. Mas não deu para virar a partida.

Mostrando estar totalmente recuperado da lesão na coxa esquerda, o atacante Arjen Robben estreou no Mundial e deu origem ao segundo gol holandês, justamente em um chute de esquerda. A bola explodiu na trave e sobrou para Huntelaar colocar nas redes. Nas oitavas, os laranjas vão enfrentar a Eslováquia, que desclassificou a Itália na manhã de hoje.
 

Copyright © 2010, Folha de Pernambuco Digital - Recife - PE - Brasil. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site para fins comerciais.