Para acabar com o "E se..."

domingo, 27 de junho de 2010

GUSTAVO LUCCHESI

Vai ano, vem ano e os "velhinhos" da Fifa parecem não querer aprender. Fecham os olhos para os avanços tecnológicos, que acabariam com os "E se..." no mundo da bola e deixaria o melhor vencer em paz. E dentre os "blá blá blás" mais bisonhos usados como argumento, estão o de que a tecnologia tiraria a espontaneidade do futebol ou que os erros sempre fizeram parte da história deste esporte e que o futebol é um esporte "diferente". Porém, o argumento que a medida é "para manter a autoridade e moral do árbitro em campo" é um dos que mais de dói.

Concordo que basquete, tênis, atletismo, natação, futebol americano, entre outros que já se aliaram aos recursos tecnológicos, são esportes que permitem paradas para analisar lances duvidosos e rever tempos com exatidão. Mas não há pecado em colocar um simples chip na bola, ou até mesmo deixar o quarto árbitro rever o replay e comunicar o correto ao trio de arbitragem. Imoral? Nada disso! Imoral mesmo são erros como os dois que aconteceram nessas oitavas de final da Copa 2010. São equívocos que chegam ao ponto de entristecer até mesmo alguns torcedores beneficiados.

O pior mesmo é que se trata de um crime assistido em tempo real pelo mundo inteiro. E ai de quem quiser ajudar o futebol e mostrar que aquilo é errado, que os erros não precisam fazer parte do mundo da bola. Será que todos os esportes restantes estão errados e somente Sir Blatter e os velhinhos caquéticos da Fifa estão certos. Enquanto eles refletem sobre isso, esses erros vão manchando a história do esporte e fazendo o futebol olhar para o céu e suplicar "Meu Deus, dá os toques à Fifa, por favor". E com certeza Deus irá retrucar. "Oh! futebol, perdoai os velhinhos, eles não sabem o que fazem".

O problema inglês é outro

GUSTAVO PAES

Após a eliminação precoce - não pelo futebol apresentado, mas sim pela tradição -, de Itália e França, uma polêmica antiga foi resgatada. A invasão de jogadores estrangeiros nos times europeus atrapalha ou não a formação das seleções nacionais?

Fazendo um paralelo entre Itália e Inglaterra, massacrada hoje pela Alemanha, acredito que o problema dos ingleses é outro. Enquanto na Premier League os jogadores nacionais têm participação e dividem bem os holofotes com os estrageiros, no Calccio, os italianos foram relegados ao segundo escalão.

Não dá para dizer que um time com Lampard, Gerrard, Ashley Cole, Terry e Rooney seja desprovido de talento. Claro que o Campeonato Inglês é muito bem vendido, com gramados excepcionais e arquibancadas lotadas - o que por vezes iludem os mais desatentos -, mas dizer que esses atletas têm muito marketing e pouco futebol é bobagem.

Eles jogam muita bola, mas apenas nos seus clubes. Acho que o maior problema inglês está na falta de variedade no meio-campo e nos fracos coadjuvantes. A dupla Lampard e Gerrard nunca deu "liga". Johnson, Upson, Defoe e Milner são muito limitados. Para piorar, Rooney não apareceu na África do Sul.

Para terminar, um comparativo dos quatro grandes clubes de Inglaterra e Itália, só para ilustrar:

Protagonistas na Inglaterra

Chelsea: Lampard, Ashley Cole e Terry
Manchester United: Rooney e Rio Ferdinand (lesionado dias antes da Copa)
Liverpool: Gerrard
Arsenal: Não tem

Protagonistas na Itália

Internazionale: Não tem (foi campeã da Europa sem nenhum italiano entre os titulares)
Milan: Não tem (Gatuso e Pirlo em franca decadência)
Juventus: Buffon (Cannavaro em decadência)
Roma: De Rossi (Totti em decadência)

Com falha da arbitragem, Argentina está nas quartas de final

GUSTAVO LUCCHESI

Dizer que a Argentina não merecia já é demais. Afirmar que ela não precisava disso é até mais sensato, porém, o mais impressionante da classificação hermana foi como um trio de arbitragem consegue estragar um jogo que começou tão bem, parelho, jogado em alta qualidade e que tinha tudo para acabar como um dos grandes jogos da história dos Mundiais. E que fique registrado também que ele jamais poderá ser reeditado da mesma forma, pois Copa do Mundo não permite isso, mesmo que daqui há quatro anos Argentina e México se reencontrem no Brasil, mas não será a mesma coisa. Nunca é.

Em relação ao jogo, parabéns aos mexicanos! De verdade. Lutaram bravamente, mesmo perdendo a cabeça após o gol irregular de Tevez, o que é totalmente compreensivo. Levaram azar em vários lances, com bola na trave e zagueiro salvando gol em cima da linha. Foram castigados pela falha bisonha de Osório.

Os hermanos não precisavam de nenhuma ajuda da arbitragem, pois bateriam o México se nada fora do normal acontecesse. E em vários momentos se mostraram superiores aos mexicanos, principalmente na hora de decidir. E em Copa isso tem peso dobrado. Para os hermanos, que venha a Alemanha. Para os cabrones, que venha a parceria com a Inglaterra para acordar a Fifa, que insiste em ignorar a evolução tecnológica. Azar do futebol.

Arrisco numa zebra mexicana

GUSTAVO LUCCHESI

Reeditando as oitavas de final da Copa passada, o México tem hoje a sua chance de vingança, no encerramento do dia perfeito para os amantes da bola. Conseguindo desbancar a anfitriã África do Sul e a ex-toda poderosa França, os comandados de Javier Aguirre chegam com moral para este confronto. Porém, é uma pena que do outro lado esteja a Argentina. A trupe de Don Diego Maradona vem jogando um belo futebol, conseguiu a classificação com três vitórias tranquilas e é apontada como favorita no duelo, como toda a razão.

Mas, desconfiado que sou com qualquer time que chega com tanta pompa à segunda fase, aposto numa zebra. Não é secando os nossos hermanos não, mas o México tem um time valente, além de bom toque de bola mesmo, e com certeza não largará o osso que o mantém vivo neste Mundial. Aposto num grande duelo entre o ataque argentino e a defesa mexicana. Arriscaria um 2x1 para o México. Valendo ressaltar que o vencedor deste duelo vai encarar a Alemanha nas quartas de final.

Jogão! Alemanha classificada!

GUSTAVO LUCCHESI

E que jogão. Digno de suas ricas histórias no futebol, Alemanha e Inglaterra protagonizaram uma linda batalha em campos sul-africanos. Pena ter sido numa oitavas de final, pois se eu fosse o diretor de um filme da Copa 2010, este duelo entraria numa semifinal, mas como não sou, vamos ao jogo.

É impressionante a falta de equilíbrio do time comandado pelo italiano Fabio Capello. Num começo de jogo bastante parelho, basta um chutão do goleiro alemão para infernizar a vida dos ingleses, assim como nasceu o primeiro gol, de Klose. Pronto, pane geral no English Team por conta de uma desatenção amadora. Gol de Podolski e muita gente já enterrando a Inglaterra (eu era um desses). mas aí que o desequilíbrio britânico mostra o seu outro lado.

Em quatro minutos, os ingleses diminuíram, e teriam chegado ao gol de empate. Aliás, um belíssimo gol, que, diferente do restante do mundo, só o trio de arbitragem não enxergou a bola de Lampard (que zica hein Lampard) ultrapassar a linha do gol.

Os comandados de Capello voltaram para a etapa final com a postura certa e que teria tudo para dar certo. Porém, a Alemanha vem mostrando cada vez mais que o seu contra-ataque é mortal, assim como Brasil e Argentina, e mandou os ingleses para casa com uma goleada histórica.

Venceu o melhor time, apesar do erro da arbitragem ter influenciado no resultado, e por conta dele, mais um "se" entra para a história dos Mundiais. "E se a Inglaterra empata", "E se o juiz tivesse enxergado o gol de mão de Maradona em 1986", "E se o juiz não errasse duas vezes contra a Espanha em 2002, contra a Coréia do Sul", "E se..."

Que ironia do futebol!

FLÁVIO BATISTA

O esporte, em especial o futebol, é mágico. Não faltam histórias, alegrias, tristezas, polêmicas e... ironias. Talvez a maior delas tenhamos visto há pouco tempo, quando Lampard, da Inglaterra, chutou, a bola bateu no travessão, quicou dentro da barra, voltou a acertar o travessão, atingiu a linha e saiu. O que era um gol claro não foi confirmado pelo árbitro uruguaio Jorge Larrionda.

Diante dessa jogada, é impossível não vir à cabeça um lance polêmico na final da Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, envolvendo os mesmo adversários de hoje na África do Sul (ingleses e alemães). O jogo estava na prorrogação, após empate por 2x2 no tempo normal, e, aos 11 minutos, o inglês Hurst dominou a bola dentro da área e chutou. A pelota bateu no travessão, quicou em cima da linha e saiu. O árbitro suíço Gottfried Dienst confirmou o gol para desespero dos alemães. No último lance da partida, o mesmo Hurst fez o quarto gol dos donos da casa, que puderam comemorar o título mundial. O único até hoje. E sempre vinculado a essa falha da arbitragem.

Comparando a situação de agora há pouco com a de 1966 não tem como não ficar pasmo com tamanha ironia. Independente do que acontecer no segundo tempo (prorrogação e pênalti, se necessários), Inglaterra e Alemanha já entraram para a história da Copa mais uma vez. E, parece, que o futebol está cobrando, até com requintes de crueldade, uma dívida inglesa.

Juventude alemã x Estrelas (apagadas) inglesas

GUSTAVO LUCCHESI

O domingo perfeito para qualquer fã de futebol começa logo cedo, com um dos clássicos mais tradicionais da história do mundo da bola. Alemanha e Inglaterra duelam por uma vaga nas quartas de final antes da previsão da maioria dos videntes de plantão. Culpa dos ingleses, que ficaram com o segundo lugar do seu grupo, com os Estados Unidos passando como líder. Mas vamos ao embate.

Rivais históricos, podemos citar dois grandes duelos entre alemães e ingleses. O primeiro foi na final da Copa de 1966, quando a Inglaterra bateu o rival na prorrogação, com um gol bastante discutido até hoje, conquistando o seu único Mundial na história. No segundo quem se deu bem foram os tricampeões do mundo. Na semifinal da Eurocopa de 1996, a Alemanha desclassificou os English Team nos pênaltis, nas semifinais, em pleno Wembley, para comoção geral dos ingleses.

No quadro atual, muita coisa mudou desde o último episódio. Os alemães fizeram um boa renovação na sua equipe, com o jovem Ozil sendo uma das grandes esperanças de classificação. Já a Inglaterra só conseguiu chegar até aqui jogando com camisa e tradição. Mostrando um futebol quadrado e sem criatividade, os comandados de Fabio Capello não me convenceram. Acredito mais no equilibrio dos alemães e vou de 3x1 para os galegos.

Destaques da Folha de Pernambuco

Promessa de muita emoção na Copa do Mundo, neste domingo. Em partidas válidas pelas oitavas de final do torneio, a Alemanha enfrenta a Inglaterra, às 11h, e a Argentina encara o México, às 15h30. Esses dois jogos estão em destaque no caderno Folha na Copa, que ainda traz uma matéria produzida no Terminal Integrado de Passageiros (TIP) na hora de Portugal 0x0 Brasil, na última sexta-feira.

E tem mais. Numa versão digital, disputada na Recife, a Inglaterra foi campeã da Copa do Mundo. Saiba como foi esse torneio lendo a Folha de Pernambuco deste domingo.
 

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