Vuvuzela: o único som africano da Copa

sexta-feira, 11 de junho de 2010

GUSTAVO PAES

Quanta saliva já foi gasta? Quantas toneladas de papel, litros de tinta de caneta, de impressora? Tudo em torno da vuvuzela, já consagrada como o objeto da discórdia na Copa do Mundo da África. Na partida inaugural, África do Sul x México, muito barulho por nada. O jogo foi fraco, mas o som monocórdico do "instrumento" oficial da competição não deu descanso. Quem incrementou a televisão de casa especialmente para a Copa, com um kit para amplificar o som, deve ter se arrependido amargamente.

Contudo, o pior, sinceramente, não é o som da vuvuzela. É o fato de que não existe qualquer tipo de variação no campo sonoro vindo das arquibancadas. Estamos em Pernambuco, terra repleta de influências da Mãe África. Terra de uma banda como a Nação Zumbi, que fez muitos jovens abrirem os ouvidos para os sons vindos daquele continente. Os batuques, os belos cantos, as melodias características.

Nada disso apareceu na abertura, oportunidade zero para que a África do Sul mostre outros traços fortes da sua cultura musical. Tudo foi esmagado pelas vuvuzelas. Mas eles, como anfitriões, têm todo o direito de escolher o que tocar, o que fazer. Os incomodados que se mudem. Eu vou persistir, mas sempre com o controle da tv em mãos. Qualquer coisa, é "mute" neles!

"Incríveis Hulk"

KARINA MAUX
Da Editoria de Grande Recife e Polícia

Assim como o futebol evoluiu desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, os protagonistas dessa evolução (os jogadores) não ficam atrás... eles também estão em constante crescimento. Além de mais velozes, mais altos, e, também, mais ricos, os bons de bola têm alargado as suas costas, aumentado os seus braços e estufado o seu peito.

Antes, os olhares e comentários femininos eram só sobre as pernas dos garotos em campo. Hoje, o tronco desses rapazes chama mais atenção. As camisas mais parecem que vão rasgar, quão musculosos estão. São os "Incríveis Hulk"... saradérrimos... volumosos.

Déjà vu

BRENNO COSTA

França e Uruguai repetiram um fraco 0x0. O placar e a situação do jogo remontam a partida entre as duas equipes na Copa de 2002, quando se enfrentaram na segunda rodada. A história do jogo com pouca técnica e chances de gols contrariou as expectativas. Apostava na vitória francesa. Agora, todos os times do grupo A somam um ponto. África do Sul e México agradecem.

Assim como na partida de estreia da Copa, o primeiro tempo foi fraquinho, fraquinho. Muita correria, marcação e nada de qualidade técnica. Aqueles lances diferenciados de Ribery e chutes perigosos de Forlan simplesmente não apareceram. De destaque foi o já conhecido ferrolho defensivo da Celeste. Difícil de passar. Já os Bleus apresentaram um bom volume de jogo, mas sem poder de finalização. Os lances que poderiam levar algum perigo saíram dos pés de Gourcouf, o homem das bolas paradas.

O segundo tempo também seguiu com um nível baixo. A decepção ficou por conta de Nicolas Lodeiro. Apontado como uma das possíveis revelações da Copa, inclusive por mim, entrou no segundo tempo e foi expulso. Com a vantagem numérica, a França pressionou no final do jogo, mas esbarrou na incompetência ofensiva.

A tradição entra em campo

BRENNO COSTA

França x Uruguai. A tradição entra em campo pela primeira vez nesta Copa do Mundo. Atual vice-campeão e vencedor de 1998, os Bleus não podem ficar marcados pelo gol ilegal de Gallas, originado pela mão espertinha de Henry e que eliminou a Irlanda deste Mundial. O treinador Domenech é de qualidade duvidosa, mas tem peças qualificadas nas mãos. A principal delas é Ribery, que ainda tem o apoio de Gourcouf na criação das jogadas. Além disso, ele conta com o poder de finalização de Anelka. A seleção francesa se mostrou inconsistente na caminhada até a África do Sul, mas tem talento incontestável. Entretanto, pelo mal momento, briga com a África do Sul por uma das vagas do grupo. A outra será do México.

Já o Uruguai, campeão em 1930 e 1950, aposta no já conhecido futebol de força. Marcação é a tônica da equipe, já que falta talento ao time. A seleção celeste é a campeã mundial que chega com menos prestígio. De figura destacada, apenas o matador Forlan. No meio, Nicolas Lodeiro pode surgir como uma grata surpresa, mas ainda precisa se firmar. O Uruguai pode até surpreender na chave, mas o retrospecto recente me leva a crer em uma eliminação na primeira fase. Para o jogo, fico com uma vitória francesa: 2x1.

Na mosca!

BRENNO COSTA

O primeiro jogo da Copa do Mundo foi marcado pelo nervosismo. Menos qualidade técnica e mais disputa de bola. Foi uma partida de garra, vontade. No fim das contas, o palpiteiro aqui acertou na mosca! O empate por 1x1 saiu como um resultado justo.

O primeiro tempo foi com poucas chances de gol. Ruim de ver. Espero que essa não seja a tônica da Copa do Mundo! A África do Sul atuou muito recuada e não conseguia imprimir o toque de bola característico dos times de Parreira. Pelo menos, dificultava o jogo de velocidade do México. Entretanto, aos poucos, o time de Javier Aguirre conseguiu se impor no jogo, principalmente na figura destacada de Giovani dos Santos, e chegou a ficar com 70% de posse bola. Já no final da etapa inicial, os Bafana Bafana encontraram boas oportunidades nas bolas cruzadas, muito por conta da insegurança na saída de gol do baixinho Oscar Pérez – um dos pontos fracos do México.

Ainda bem que logo no começo do segundo tempo, Tshabalala – melhor jogador dos anfitriões em campo – conseguiu marcar ao estilo do El Tri, em um belo contra-ataque. O tento deixou o jogo mais corrido e aberto. Ficou mais agradável. O México teve que se expor mais e marcou com Rafa Marquez no momento em que os Bafana Bafana eram melhores. Mas, pelo primeiro tempo, o tento foi merecido e o empate ficou de bom tamanho.

De arrepiar!

FLÁVIO BATISTA

Simplesmente é de arrepiar a forma intensa como o sul-africano está vivendo a Copa do Mundo. A entrada dos Bafana Bafana, agora há pouco, no gramado do Soccer City, em Johannesburgo, para fazer o aquecimento, foi apenas mais uma demonstração dessa alegria.

E o esporte tem disso. Esse sentimento de patriotismo aflorado, a auto-estima elevada... E para o sul-africano é uma oportunidade ímpar para eles mostrarem um outro lado do país e do seu povo. Essa Copa do Mundo será diferente. Pode até faltar um pouco de organização, mas, com certeza, sobrará calor humano. E o que seria do futebol se não fosse a paixão das pessoas?

A nota triste do dia fica por conta da morte da bisneta de Nelson Mandela. Zenani Mandela, de apenas 13 anos, faleceu após um acidente automobilístico. Por conta dessa tragédia, o ex-presidente da África do Sul e maior nome da luta contra o Apartheid não está no Soccer City para acompanhar o jogo de abertura do Mundial. Uma pena! Pois se existe uma pessoa, por tudo que fez, que merecia estar num lugar de honra nesse momento seria Nelson Mandela.

África do Sul x México: equilíbrio

BRENNO COSTA

Enfim, chegou a hora. A bola vai rolar pela Copa do Mundo. África do Sul e México protagonizam a partida de estreia da competição, daqui a pouco, às 11h. Esse certamente é o jogo mais nervoso para os anfitriões. Ainda sem tradição em Mundiais, os Bafana Bafana estarão frente à barulhenta torcida, com o som irritante das vuvuzelas, e, portanto, pressionados por uma vitória. Por outro lado, a figura do treinador brasileiro Carlos Alberto Parreira no banco de reservas traz mais confiança à equipe e isso se reflete nos números. Desde que reassumiu o cargo, a seleção anfitriã está invicta. São seis vitórias e seis empates.

Do outro lado está o México. Uma equipe que possui jogadores mais renomados. O meia-atacante Vela, que defende o Arsenal (ING), traz mais qualidade ao grupo junto com o talentoso porém descompromissado Giovani dos Santos, que já defendeu o Barcelona e, atualmente, é
companheiro de Elano no Galatasaray, da Turquia. Nome por nome, El Tri é mais time. Aposto na equipe do treinador Javier Aguirre para passar às oitavas.

Para a partida de hoje, entretanto, fico com o empate. A África do Sul mostrou um crescimento nos últimos anos e, atuando diante da torcida, vende caro a derrota. Um exemplo disso, foi a eliminação para o Brasil, na Copa das Confederações do ano passado. É por causa desse ímpeto que acredito na possibilidade dos anfitriões diminuírem a diferença técnica e não saírem derrotados no debut. Fico com o placar de 1x1.

A hora do "vai" para a Espanha

PAULO FAZIO

Diferente de outras edições da Copa do Mundo, é impossível apontar uma seleção que seja considerada a principal candidata a levantar a taça no dia 11 de julho, em Joanesburgo. Evidentemente, os países de maior tradição no futebol nunca podem ser descartados. Quem ousaria deixar de acreditar, independente da fase em que esteja, em uma Itália, Argentina ou Alemanha, por exemplo? O Brasil, claro, sempre será cogitado para o posto mais alto do torneio. Além destas, existem sempre as seleções do "agora vai", como a Holanda e a Espanha.

Mas me parece que agora, para os espanhóis, realmente vai. A "Fúria", como é conhecida a seleção, chegou em um nível de futebol difícil de ser alcançado. Na última terça-feira, a vítima foi a encardida Polônia: 6x0 e sem muitos esforços. Desta vez, parece que o "algo mais", que separa os homens dos meninos na hora da decisão, aportou em terras espanholas. A gana pela taça, para fugir do rótulo de amarelona, é notório no discurso dos jogadores, e isso me parece ser o ingrediente que faltava para a seleção ser campeã. O futebol agradece.

Força africana

GUSTAVO LUCCHESI

Sempre fui um grande fã e devorador de informações da maior magia já inventada pelos deuses do futebol: a Copa do Mundo e seus históricos episódios. Por essas minhas andanças por livros, revistas e sites, sempre achei que o local onde a competição é realizada influencia bastante nos resultados. Quando utilizo a palavra "local" me refiro também ao continente em geral, por isso acredito que boa parte das seleções africanas farão uma boa campanha na primeira fase.

Logo de saída, revelo em "primeira mão" que a grande final será entre Brasil e Argentina, com nossa Canarinho levando o hexacampeonato, claro. Mas com relação aos selecionados africanos, aposto nas classificações da África do Sul, Nigéria, Gana e Camarões, pena da Costa do Marfim, que pegou Brasil e Portugal no grupo. Porém, com o deve cumprido, todas as quatro seleções do continente sede cairão logo nas oitavas de final. A Espanha tem um grande time, o melhor da história "amarelona" da Fúria, mas cai na semifinal, diante dos hermanos argentinos, que já terão eliminado a Alemanha, nas quartas. O Brasil encara Suíça, Holanda e Inglaterra, antes da grande final. É esperar para ver e, dependendo dos resultados, correr para apostar na Mega Sena.

Espanha, Holanda e Argentina

YURI DE LIRA

Espanha, Holanda e Argentina entram como francas favoritas para levantar a taça desta Copa do Mundo. A Fúria possui, ao meu ver, o time mais bem qualificado e entrosado do torneio. Na última Eurocopa, provaram que são um dos melhores do planeta com a bola nos pés. Os holandeses, da mesma maneira, estão jogando muito. Mas também precisam deixar de morrer na praia. Já a Alviceleste tem seis atacantes de grande qualidade. Tévez, Agüero, Diego Milito, Higuaín, Palermo e o melhor do mundo Messi darão ao técnico Maradona várias possibilidades para formar o seu ataque, dependendo da situação da partida. O problema mesmo é o sistema defensivo dos platinos, que (com a exceção do volante Mascherano) é bem mediano.

Não é de se descartar, todavia, equipes "copeiras" como Inglaterra, Alemanha, França, Itália e Brasil, que também entram no pelotão de frente na briga pelo caneco. Essas duas últimas, mesmo apresentando, atualmente, um futebol engessado e pragmático, têm tudo para chegar longe devido à história que possuem nos Mundiais.

Aponto como prováveis "zebras" os Estados Unidos e o México. Ambos são capazes de fazer jogos duríssimos contra seleções tradicionais. Porém, não vão passar das quartas de final. Os africanos, mesmo atuando no seu continente, ficarão pelo caminho novamente.

Uma Copa sem um grande time

FLÁVIO BATISTA

Uma Copa do Mundo sem um grande time e, consequentemente, sem um grande favorito. Essa é minha opinião inicial sobre a competição que começa hoje, na África do Sul. E talvez esteja aí o grande ingrediente para fazer deste Mundial o mais equilibrado dos últimos tempos. Quem seriam os favoritos?

O Brasil? Sim, por ter uma equipe que preza pelo conjunto e uma defesa que, para mim, é a melhor atualmente. Além disso, os jogadores demonstram estar bem focados na conquista do hexa.

A Espanha? Também. O título na Eurocopa-2008 tirou um peso dos espanhóis e isso pode ser um fator psicológico muito importante para o grupo. Fora isso, a Fúria possui jogadores muito talentosos, que sabem jogar bonito.

A Argentina? Essa tem tudo para aprontar. Foi muito criticada durante as Eliminatórias Sul-Americanas. Quase ficou fora da Copa, mas tem um conjunto de atacantes de meter medo em qualquer time. Se Messi jogar o que sabe...

E a Inglaterra? E a Holanda? Essas correm por fora, ao contrário de Alemanha e Itália, que vejo enfraquecidas. Ah... e da França. Não é rancor do passado não, mas acho que os franceses não passam da primeira fase.

Mundial dos ataques

IRCE FALCÃO

Assim como em todas as Copas do Mundo, é inevitável não palpitar sobre os favoritos para conquistar a sonhada taça de campeão. Apesar da torcida verde e amarela, acredito que esse será o Mundial de equipes com caráter extremamente ofensivo, como Espanha, Argentina, Inglaterra e Holanda, que, mesmo não tendo nenhum título, sempre é um forte concorrente.

No quesito surpresas, os Bafana Bafana largam na frente, por jogar em casa e ter o apoio da fervorosa torcida local. Também estou curiosa para ver como será o comportamento da Eslovênia, que figura no Grupo C, um dos mais equilibrados, ao lado dos Estados Unidos, da Inglaterra e da Argélia. Os eslovenos estão invictos nos jogos pré-Copa e contam ainda com Zlatko Zahovi, maior artilheiro de todos os tempos do Leste Europeu, com 670 gols.

Agora é esperar para ver. Certo mesmo é que a Copa de 2010 já entrou para a história como o Mundial das cores, do calor humano e, principalmente, dos sons, afinal, quem esquecerá as vuvuzelas?

Copa do Mundo também na Rádio Folha

Daqui a pouco, às 7h, acompanhe o "Folha Notícias", na Rádio Folha FM (96.7), que trará informações sobre a Copa do Mundo da África do Sul. Boletins também serão veiculados durante todo a programação, com notícias, histórias e curiosidades da competição.

A Rádio Folha FM (96.7) também pode ser ouvida através do site da Folha Digital (www.folhape.com.br).

Destaques da Folha de Pernambuco

Nesse primeiro dia de Copa do Mundo, o caderno de Esportes da Folha de Pernambuco está com uma cara diferente. Durante a competição, ele se chamará "Folha na Copa". Das habituais quatro páginas de terça a domingo, agora serão oito. De acordo com o dia, seis ou sete dedicadas ao Mundial e uma ou duas para o restante do noticiário.

A diagramação está diferente, privilegiando as fotografias. Seções especiais foram criadas como a "Brasileiros Mundo Afora", que mostrará torcedores nacionais espalhados pelos quatro cantos do planeta, contando suas experiências de curtir uma Copa do Mundo no exterior.

E na edição de hoje (11 de junho), destaques para as apresentações dos dois primeiros jogos da Copa: África do Sul x México e Uruguai x França. Na seção "Brasileiros Mundo Afora", dois pernambucanos que estão trabalhando em Angola e vão assistir a alguns jogos na África do Sul.

Sem esquecer que a Folha de Pernambuco publica hoje o Guia da Copa do Mundo, com informações dos 32 times participantes, os candidatos a craque e a tabela completa dos jogos. Imperdível!

Kaká, o jeitinho brasileiro e a torcida

MANUELLA BEZERRA DE MELO

Copa do Mundo é uma experiência especial para o brasileiro. Tudo para e todos ficam à beirinha de um infarto do miocárdio. Acompanho o futebol o ano todo. Ainda assim, não me considero uma torcedora fanática. Mas na Copa, é hora de me unir à vêia testosterônica quase mal-educada do futebol.

Observando, fiz minhas apostas. O grupo do Brasil tem força, mas não vejo perigo. Na estreia contra a Coreia do Norte, conhecida por ser veloz, vai precisar mostrar agilidade. A Costa do Marfim até terá um potencial caso Didier Drogba recupere a tempo o braço machucado. Portugal virá determinada a passar de fase mas, pra mim, não chega a ser um empecilho. A bronca vem depois, com Holanda, Alemanha, Espanha, Itália e, principalmente, Argentina.

Os espanhóis, ainda sem título, estão com sangue no olho querendo a primeira taça. E para todos os outros citados, nomes milionários nos elencos, além de futebol forte e técnico. Pra fechar, a atuação do hermano Messi está de meter medo. Tomara que não no nosso zagueiro Lúcio. E a seleção de Dunga? Tem seu valor forte, mas vai precisar suar. Com três vantagens: Kaká; o jeitinho brasileiro, que faz toda diferença; e o Brasil inteiro torcendo a favor.

Tarefa complicada

TERNI CASTRO

Sempre que a Copa do Mundo se aproxima, as especulações de quem será o grande vencedor surgem como atrativo à parte. A tarefa é complicada, já que as seleções entram em campo com espírito guerreiro e, como se sabe, em Mundiais tudo pode acontecer. Porém, é notável que algumas seleções entram como favoritas a levantarem o caneco na África do Sul e, na minha perspectiva, três se destacam.

O Brasil chega como protagonista. É, sem dúvida, o grupo mais forte e apesar das críticas a algumas peças do elenco, o selecionado de Dunga tem a seu favor a eficiência na coletividade. A Inglaterra vem com um time ousado, fruto do treinador Fábio Capello, e aposta as suas fichas em Rooney para alcançar voos maiores, mas chamo a atenção para a Espanha, que depois de conquistar a última Eurocopa, está mais do que credenciada para eliminar o estereótipo de amarelona.

No quesito zebras, não tem como atribuí-las às seleções africanas, que empurradas pela torcida podem dar trabalho aos grandes. Entretanto, destaco mesmo os Estados Unidos, que contam com o craque Landon Donovan e já aprontaram para cima da "Fúria" e do Brasil, quase tirando o título da Copa das Confederações das mãos canarinhas, no ano passado.

Brasil, Espanha ou Argentina

GUSTAVO PAES

O comprometimento da família Dunga, a fúria em forma de técnica requintadíssima dos espanhóis ou os atacantes em profusão de Diego Maradona. Minha expectativa para a Copa do Mundo está em torno desses três selecionados, que para mim são os favoritos destacados da competição. O Brasil sisudo inibe a minha torcida pessoal, a Espanha - com seus meias sensacionais - me encanta e a Argentina surge como um grande ponto de interrogação, assim como Lionel Messi, o maior craque entre os craques, mas que ainda não foi genial ao lado dos hermanos.

Aguardo também por um futebol mais técnico do que o apresentado na Copa de 2006. Isso é mais uma esperança, já que para mim não houve uma grande evolução dos craques e dos esquemas táticos em relação ao torneio realizado na Alemanha. O tempero extra também deve vir das arquibancadas. A Copa 2010 tem o toque iluminado da informalidade, algo que também vai existir daqui a quatro anos, quando os maiores do mundo vão estar espalhados pelo Brasil. Espero que os sul-africanos ensinem ao nosso país (sim, acredito que isso é possível), que alegria, calor humano, organização e responsabilidade podem andar de mãos dadas.

Favoritas resumidas a quatro

BRENNO COSTA

A missão aqui é dar o meu relato sobre o que espero das seleções nesta Copa do Mundo. Díficil, nesse ponto, é fugir do convencional. Portanto, tentarei me delimitar em quatro seleções favoritas ao título e colocá-las em um ranking.

A primeira delas é o Brasil. Ainda que Dunga tenha seus conceitos equivocados e o time precise solucionar a saída de bola, além do setor esquerdo, a Canarinho conquistou tudo recentemente e tem um grupo muito competitivo e centrado na conquista do hexa. Depois, vem a Espanha. A Fúria não tem tradição em Mundiais, mas o recente título da Eurocopa serve para desmistificar a fama de amarelona. A equipe ainda tem peças extremamente qualificadas até no banco de reservas. Portanto, vejo o time como principal rival do Brasil.

As outras duas seleções que podem chegar, ao meu ver, são Argentina e Holanda. Os hermanos, primeiramente, contam com um poderoso setor ofensivo. Além de Messi, que deve um bom futebol à Alviceleste, mas tem qualidade comprovada, ainda há Higuain, Tevez, Aguero e Diego Milito. Já a Holanda joga um futebol vistoso. Snjeider vive grande fase e conta com peças de qualidade ao seu redor. Entre elas, Van der Vart, Kuyt, que, na ausência do habilidoso Robben, pode jogar com eficiência pelas pontas mesmo sem tanta qualidade técnica. Vejo uma pequena chance para o time laranja. Por essas quatro seleções, deixo a Alemanha de fora...

Uma Copa sem zebras

LÉO LISBÔA

Um Mundial sem grandes favoritos e surpresas. É assim que estou encarando a primeira Copa do Mundo em continente africano. O torneio que será realizado na África do Sul promete ser equilibrado, mas acredito que, dificilmente, uma zebra sairá das savanas e aparecerá nos estádios. Das seleções menos tradicionais, as minhas apostas são Paraguai e Estados Unidos, que devem surpreender.

Os candidatos a levantarem a taça para mim são Brasil, Espanha e Holanda. Pena que apenas um dos três chegará à final. Ainda assim, os braslieiros devem levantar a taça pela sexta vez. Holandeses e espanhóis possuem duas equipes bem técnicas, mas nunca foram campeões. Já os comandados do técnico Dunga, com um futebol que busca ser mais eficiente do que belo, ganhou tudo que disputou da Copa de 2006 para cá.

Juntas, França, Inglaterra e Itália possuem seis títulos mundiais, mas a tradição não deve fazer diferença na África de Sul. Os franceses, que se classificaram na repescagem e com um gol irregular, há muito tempo não se acertam em campo. Os italianos, sem a mesma força de edições anteriores. Os ingleses contam com o técnico Fábio Capello no banco, mas para mim não chegam às quartas de final.

A decepção fica por conta da Argentina. Craque nas quatro linhas, Maradona não conseguiu fazer a sua seleção jogar. Como levou uma equipe bastante ofensiva, mas com poucas peças de marcação - a exceção são os zagueiros - não alcançarão as semifinais.

A primeira vez ninguém esquece

FELIPE AMORIM

O que esperar da primeira Copa do Mundo na África? Para mim, as seleções daquele continente não farão nada além de uma bonita e animada festa com seus conterrâneos todos coloridos e ao som das vuvuzelas nas arquibancadas. Isso porque, assim como já mostrou a história, as potências não deverão dar sopa ao azar e lutarão pelo título entre elas também nesta 19ª edição do Mundial. No máximo, os africanos chegarão às oitavas de final. Figurar entre as oito melhores equipes será digno de um título.

Alguém pode até arriscar que um africano surpreenderá, mas discordo. Os números estão aí para provar. E ainda digo mais, na final estará uma destas três seleções: Alemanha, Itália ou Brasil. Juntas, elas estiveram, nada menos, em 16, das 18 finais, já disputadas até então.

Ou seja, apostar num bolão que alguém possa surpreender vendo um retrospecto desse é difícil. Futebol é uma caixinha de surpresa, é fato e sei disso, mas Copa do Mundo é um torneio de tiro curto e, quem estiver mais preparado e com melhores jogadores, se dá melhor. Seria bom ver a Holanda campeã, mas ficará no meio do caminho. Já a Espanha, mesmo em boa fase, não conseguirá desta vez apagar a fama de amarelona. Minha final? Brasil x Argentina, claro!

Façam suas apostas!

KAUÊ DINIZ

Copa do Mundo é sempre assim. Cada um dá seus palpites, baseado em suas predileções e convicções. E mesmo correndo o risco de ser obrigado a escutar de Dunga um sonoro “vocês vão ter que me engolir”, bem ao estilo Zagallo, acredito que a Seleção Brasileira chega bastante forte para a disputa, sobretudo pela solidez do sistema defensivo.

Os adversários são os mesmos de sempre. A Itália, mais uma vez, vem desacreditada pelos próprios “tifosis” italianos. Um perigo, já que em 2006 e 1982 foi assim mesmo, apesar de concordar que falta muita qualidade à Azzurra. Alemanha é Alemanha, e o retrospecto diz tudo. Nas últimas 14 Copas, chegou, no mínimo, às semifinais em dez. Nem o Brasil conseguiu isso. A Inglaterra tem o talento de Rooney, Gerrard e Lampard, sob o comando do competentíssimo Fábio Capello, mas ainda falta alguma coisa. O mesmo digo dos holandeses, de quem admiro o futebol ofensivo e vistoso, mas, infelizmente, não tem chegada. França, em decadência, pode esquecer.

Já a Espanha é uma incógnita. A Fúria, apesar do time arrumado e do título europeu, ainda carrega a fama de pipoqueira. E assino embaixo. Agora, os argentinos! Esses sim botam um certo medo (falando baixinho para que eles não nos escutem). Craques do meio de campo para frente, têm. Mas vamos ver se eles se entendem dentro do gramado, e Maradona não atrapalha. Mas prognóstico é prognóstico. Tudo pode acontecer. É deixar a bola começar a rolar, e os protagonistas do espetáculo mostrarem quem realmente são os melhores.

Seja bem-vindo

Alegria, satisfação e compromisso. É com um misto desses três sentimentos que entra no ar, nesse momento, o blog "Folha na Copa". Alegria por estar escrevendo sobre o que mais gostamos: esportes. Satisfação por termos a oportunidade de colocar em prática um projeto que já vem sendo pensando há algum tempo. E compromisso porque você, nosso leitor, é muito importante para todos nós. É para você que estamos aqui escrevendo sobre esse evento que mobiliza tantas pessoas ao redor do mundo.

Durante os próximos 30 dias, vamos trocar opiniões, saber peculiaridades da competição e ficar por dentro dos bastidores das matérias que serão produzidas para a Folha de Pernambuco. Tem tanta pauta curiosa vindo por aí... Seja bem-vindo e fique à vontade. Esse espaço é de todos nós.
 

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