Será que agora engrena?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PAULO FAZIO

Essa primeira rodada da Copa do Mundo (quando falo rodada, incluo os dois primeiros jogos de cada grupo, totalizando 16) esfriou um pouco os ânimos que cercavam o ambiente do torneio. Pelo menos para quem assistia. Foi uma verdadeira escassez de gols, com algumas partidas sendo verdadeiras peladas. Uma média de apenas 1,5 tento por jogo. Muito pouco para quem espera por quatro anos para ver o Mundial e seus grandes duelos. Mas, depois da vitória do Uruguai sobre a África do Sul, por 3x0, fiquei um pouco mais esperançoso. Acho que a estreia na competição deixou as seleções mais amarradas, com muito medo de perder na estreia e ver a classificação mais longe. É agora que o bicho pega.


Quando duelaram em Pretória, os Bafana Bafana e a Celeste sabiam que alí começava a série de duas decisões para saber quem são os dois que vão passar de cada grupo. E aí, meu amigo, quando é a hora do vamos ver, todo mundo corre, dá carrinho, chuta e busca o gol. É assim - pelo menos eu acho e espero - que vai ser a tônica do seguimento desta Copa do Mundo. Não há mais tempo nem espaço para medos e covardias dentro de campo. Por isso, o Mundial deve, finalmente, engrenar. Vamos ver grandes seleções, como Espanha, Itália e Inglaterra, buscando se recuperar de tropeços iniciais. Teremos também equipes mais soltas dentro de campo, mais à vontade, entrosadas e acostumadas com o clima e a pegada do torneio. Mas, acima de tudo, gols. É o que todo torcedor quer.

Quero gols, quero Milito!

YURI DE LIRA

A pergunta que mais movimenta as discussões dos tradicionais cafés de Buenos Aires é a seguinte: quem deve figurar no ataque da seleção argentina ao lado do melhor do mundo Messi? Higuaín, Milito, Tevez, Agüero e Palermo brigam por duas vagas. Cada um deles tem as suas virtudes para se sentirem no direito de ocupar o posto. O técnico Diego Maradona, no entanto, parece ainda não ter eleito o seus preferidos.

Higuaín jogou como titular na estreia da Alviceleste. Cansou de perder gols. O apache Carlitos Tevez, apesar de ser muito querido entre os platinos, também não agradou muito - mas tem grandes serviços prestados ao combinado nacional. Kun Agüero, assim como Leo Messi, tem características de movimentação e não se adequaria ao esquema proposto pelo "Pibe de Oro", com três homens de frente. Já o titã Martín Palermo talvez só tenha sido convocado por conta do seu gol salvador, contra o Peru, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. O mítico centroavante de 36 anos só deverá jogar em raras oportunidades.

Diego Milito, destaque da Internazionale na conquista da última Liga dos Campeões da Europa, aparece como o nome mais forte. Eu, particulamente, engrosso o caldo para que o Príncipe seja titular absoluto - ao lado de Messi e Tevez. Sua escalação no time de cima certamente brindaria os amantes do futebol - que, por sinal, estão famigerados por gols nesta Copa do Mundo.

Honduras esqueceu um pouco a crise

YURI DE LIRA

O site do jornal hondurenho "El Heraldo" noticiou que, hoje, a capital Tegucigalpa se pintou de azul e branco para torcer pela seleção nacional. Restaurantes, bares e praças da cidade se abarrotaram de gente, que apoiaram a Bicolor até o apito final da partida. Mesmo o jogo acontecendo de madrugada no horário local, os "catrachos" acordaram cedo e mantiveram a fé na conquista de uma vitória sobre o Chile.

A corrente não deu certo, é bem verdade. O interessante, todavia, é ver como o futebol foi capaz de unir toda esta nação em prol de um bem-comum. Após sofrer um golpe de Estado, no ano passado, um novo presidente foi eleito este ano. Os opositores, entretanto, se recusam a reconhecer a legitimidade do novo mandatário, Porfírio Lobo Sosa. Dizem que o triunfo no pleito se deu em um momento de ruptura constitucional - o que seria ilegal. Já a ala mais extremista do atual governo prefere não dialogar com o Manuel Zelaya.

Dividida, Honduras ainda é afligida por denúncias de violação de direitos humanos e sofre com um certo isolamento de parte da comunidade internacional. O retorno à vida 100% democrática caminha a passos lentos. Nesse sofrível contexto, o esporte mais popular do planeta vem sendo o maior alento deste sofrido povo.

"Crimes" praticados pelas vuvuzelas

GUSTAVO LUCCHESI

Sem a intenção de reacender uma possível milionésima discussão sobre as fofinhas e desagradáveis vuvuzelas, queria denunciar o crime mais grave cometido por esses instrumentos tão polêmicos. Passando uma imagem de inocente e indefeso, estes objetos que simulam um mosquito no pé do ouvido de qualquer cidadão cometeram um duplo homicídio em plena África do Sul. E o pior, diante dos olhos do mundo todo, as "vuvus" assassinaram a dupla "uhhhh!!!", característico das torcidas sul-americanas, e o "ohhhh!!!", utilizado com mais frequência pelos europeus a cada lance de perigo.

Sei que está em jogo a tradição, a cultura do continente e tal, até entendo, lindo para eles, mas por conta do barulho ensurdecedor das vuvuzelas, os canais que transmitem os jogos do Mundial estão tendo que sacrificar o volume dos microfones ambiente nos estádios, que captam a reação sonora dos torcedores.

É um absurdo broxante acompanhar uma bomba na trave do camaronês Mbia ou do português Cristiano Ronaldo, ou até mesmo um golaço de Shimbalaiê (Tshabalala, eu sei, mas não resisti), e não escutar nada além do uniforme "fommmmm" das vuvuzelas, assassinas dos craques "uhhhh!!!" e "ohhhh!!!". Para os que não lembram, essa dupla arrepiava os telespectadores e já foi tempero fundamental para transmitir a emoção vinda dos estádios do mundo para o doce lar de cada amante da bola.

Tem gente nem aí para a Copa

MANUELLA BEZERRA DE MELO

Rotineiramente, esta semana fomos ter nossa reunião de pauta da segunda-feira. Enquanto o chefe lia a distribuição das pautas da Copa para os próximos dias, percebi que tinha ficado de fora. Esqueceram de mim, acho. Eu e minha boca grande. Não podia ter ficado calada? Lá vai eu reclamar meus direitos de ter uma pauta. "Tudo bem, Manu. Fica com essa aqui". Sabe qual a pauta? Foi dada a mim a missão de procurar pessoas que 'não estão nem aí para a Copa'. Conclusão? Nada de jogo pra mim.

O primeiro personagem a aparecer foi uma figura que não ia ver o jogo e iria ao cinema na hora da partida do Brasil. Veio com aqueles papos contestadores, de protesto pelo poder econômico centralizado e monopolizado pelo futebol. Até que faz sentido. Agora imagine: enquanto sua família, seus amigos e até seus colegas de trabalho estão se acabando, você vai ao cinema com uma pessoa que, pasmem, vai ao cinema na hora do jogo. Mas o pai do cara resolveu ir ver o jogo na casa dele para prestigiar o apartamento novo. Restou-me fazer uma ronda na cidade para ver o que as pessoas estavam fazendo enquanto Brasil e Coreia do Norte jogavam na África do Sul.

Debaixo de um dilúvio, eu, tão mergulhada nesse universo esportivo, descobri uma coisa incrível, impressionante. Existe vida fora da Copa. As pessoas vão ao supermercado, ao shopping - ainda que as lojas estejam fechadas - e, mesmo com chuva, tem gente que namora na praia e pratica outras atividades esportivas. Tão produtiva foi minha ronda que, ainda antes de começar o segundo tempo eu já estava de volta à redação para ver o restante da partida. E dei sorte. Milagrosamente, pé quente. Os gols só saíram depois que eu cheguei.

Joelma pé frio?

Daniel Feijó/Cortesia


ROMERO RAFAEL
Da Revista da Folha

No aquecimento para subir ao palco da "Torcida Recife", na arena montada no Pina, na última terça-feira, a cantora Joelma da banda Calypso disse o seguinte: "Nós temos o melhor time do mundo, mas para ganhar a Copa tem que ter a bênção e merecimento". Até aí, ok! Mas sabe o que aconteceu logo em seguida? Gol da Coreia do Norte! Isso mesmo! Seria um recado divino mandando a real diante da proposição de Joelma? Vejamos no próximo domingo.

Herchcovitch pode, gola rolê não

THIAGO SOARES
Da editoria de Turismo e Revista da Folha

O estilista Alexandre Herchcovitch confirmou, via Twitter, que Dunga estava usando um casaco de sua coleção "Príncipe Urbano", de 2006, na estreia do Brasil na Copa da África do Sul, ontem. Ok para o casaco que, de fato, deve ter protegido o técnico da Seleção com sua pesada alfaiataria negra. No entanto, foi um detalhe que, digamos, "matou" o look de Dunga: a gola rolê.


Paulo Gilham/FIFA

Herchcovitch tratou logo de avisar que aquele componente do look de Dunga não era dele. O uso da blusa cinza de gola rolê partiu de uma composição de visual do próprio técnico da Seleção. Muita gente no Twitter detonou. "Com essa gola rolê pavorosa do Dunga, o Brasil pode ganhar a Copa, mas perde em estilo", disse a editora de moda Lilian Pacce em seu microblogging. "Gola rolê é uma coisa polêmica mesmo. Há quem ache brega, cafona. Mas ela não sai de moda porque, realmente, aquece o pescoço em dias muito frios", atesta a crítica de moda Ana Paula Martini, que tem até um guia sobre o assunto: "Gola Rolê: Como Fazer Bonito com Ela".

A polêmica da gola rolê é restrita ao seu uso por homens. "Há quem ache que ela dá um toque afeminado ao visual", completa Ana Paula Martini. No entanto, se você reparou no look "inverno" da camisa amarela da Seleção, eis que ela aparece também, discreta: a gola rolê. Ver Kaká, Robinho e Elano com seus pescoços "coladinhos" com aquela gola breguinha, deu dó. Temos é que torcer para dias mais quentes na África de Sul para que sejamos poupados de tamanha aura kitsch.

Cadê as vuvuzelas?

FELIPE AMORIM e
BRENNO COSTA

África do Sul mais uma vez entrou em campo e, mais uma vez, decepcionou sua torcida. Tanto que, no final dos 3x0 para o Uruguai, as vuvuzelas silenciaram no Lottus Versfeld, em Pretória. Dos males o menor: apesar de ainda não ter vencido, os Bafana Bafana ainda não estão matematicamente eliminados da Copa do Mundo. Mas eles precisarão de muita "macumba" para não se tornarem o primeiro país-sede a não se classificar às oitavas de final.

E o nosso Parreira, hein? Bichinho dele. Não só continuou a sina de não vencer uma partida no Mundial por uma seleção que não seja a brasileira (Kuwait, em 82; Arábia Saudita, em 98; e Emirados Árabes, em 90), como também somou a sua primeira derrota desde que retornou ao comando da África do Sul (eram seis vitórias e sete empates até então).

Mas mesmo com a empolgação dos torcedores sul-africanos (pense numa torcida animada que nem perdendo deixou de assoprar a bendita vuvuzela), quem aprontou no primeiro tempo foi a Jabulani e o técnico uruguaio. Óscar Tabárez optou por trazer Forlán, que atuou muito isolado na outra partida, para mais próximo do meio-campo, e ainda colocou Cavani para aumentar o poderio ofensivo do time. O resultado foi um Uruguai mais ousado. O gol saiu justamente pelo mérito desta mudança tática. Forlán, fora da área, recebeu a bola e acertou um lindo chute. A Jabulani desviou no defensor e deu uma descida incrível. Por sua vez, os Bafana Bafana, novamente, criaram muito pouco na primeira etapa. Destaque na estreia, Tshabalala não conseguiu apresentar o mesmo desempenho.

E o que estava ruim conseguiu ficar pior para os donos da casa nos 45 minutos finais. Khune foi expulso depois de cometer pênalti, e Forlán, ao acertar a cobrança, tornou-se o primeiro jogador da Copa a fazer dois gols na competição. Já no final, com os sul-africanos anestesiados, Pereira completou sem dificuldade: 3x0. Sorte da Celeste, que voltou a vencer na Copa depois de 20 anos. Azar da África do Sul, que, provavelmente, se contentará em assoprar as vuvuzelas para as outras seleções.

"Foi por medo de avião..."

GUSTAVO PAES

O título do texto vem de uma conhecida música de Belchior. Lá na redação da Folha de Pernambuco, aliás, ela tem um versão especial, mas aí é melhor deixar para lá. Fui sorteado para cobrir o jogo Brasil x Coreia do Norte em pleno voo. Minha relação com aviões não é das melhores, por isso, concederam-me a possibilidade de ficar de fora dessa. Mas aceitei a missão e, além de diminuir um pouco do meu medo com três viagens tranquilas, ainda pude apurar uma das minhas matérias favoritas nesses dois anos de jornal.

Mais precisamente, o trabalho era procurar os amantes do futebol e da Seleção Brasileira dentro da aeronave, que, por motivos diversos, tiveram que voar exatamente na hora do jogo. Havia o risco de uma parte da pauta furar, isso era evidente, pois não tínhamos como saber se os personagens necessários para a matéria estariam no avião.

Gustavo Paes
Torcedores no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo,
no primeiro tempo do jogo do Brasil contra a Coreia do Norte

Deixei Recife com a ideia fixa de que não poderia forçar acontecimentos. Tinha que estar com olhos e ouvidos atentos - ou seja, nada de música ou filmes para distrair o medroso durante a viagem. Eu tinha que seguir as pistas: camisas do Brasil. Se alguém falasse em jogo, em Copa do Mundo, era a minha deixa. Era a brecha para um diálogo e para a apresentação formal como repórter da Folha.

E acabou sendo mais fácil do que eu esperava. Era mais uma prova da estreita ligação entre os brasileiros e o futebol. Três telinhas de celular exibindo os últimos minutos do primeiro tempo, antes da decolagem de Congonhas, em São Paulo, rumo ao Juscelino Kubitschek, em Brasília, e pimba, os personagens foram pipocando na minha frente. Alguns mais ansiosos com o jogo. Outros interessados, mas conformados com a necessidade de voar.

Luciana Sgarbi/GolTripulação comandada pelo piloto Filipe Kisiolar (E), que trabalhou
no voo São Paulo-Brasília, na tarde da última terça-feira

No final, foram 20 horas pulando entre aeroportos e aviões. Mas a maratona valeu a pena.

PS: Você aí, que reclama do trânsito no viaduto Joanna Bezerra por volta das 18h, não queira saber o que é São Paulo na hora em que as pessoas estão desesperadas para sair do trabalho e chegar em casa para assistir à estreia do Brasil. Ironicamente, claro, posso dizer: Um viva para os engarrafamentos recifenses!

Deixamos nosso agradecimento à companhia aérea Gol

A vez dos Bafana Bafana

BRENNO COSTA

Chegou a hora da África do Sul mostrar que pode alcançar, pelo menos, as oitavas de final. Em instantes, às 15h30, os selecionados de Parreira entram em campo para dar um passo decisivo à classificação diante do Uruguai.

Em recentes declarações, os jogadores da equipe se apegaram ao bom desempenho do segundo tempo diante do México. De fato, foi nele que os atletas mostraram que podem cumprir a escrita de todas as equipes anfitriãs passarem para a segunda fase. A equipe de Parreira mostrou que tem um bom toque de bola e é nele que deve apostar para superar o ferrolho do Uruguai. Aliás, a Celeste mostrou apenas ter uma defesa que se fecha bem em uma linha de cinco com mais três homens do meio-campo à frente. Esqueceram que Forlan e Suarez sabem fazer gol e os deixaram isolados.

Hoje, aposto no triunfo dos Bafana Bafana. O placar? Fico com o 2x1.

Cadeado suíço dá certo

YURI DE LIRA

Esse ferrolho suíço é muito chato. Que raiva! Além de me fazer errar feio no bolão da Folha (apostei 3x1 para a Espanha), quebrou todas as minhas expectativas de ver o tão esperado futebol ofensivo da Fúria – vítima da maior zebra do Mundial até então. Não esperava nunca que esse time nem um pouco fantástico fosse bater os ibéricos. Admito que, taticamente, os suíços foram aplicadíssimos. Só não contava que os “galáticos” de Vicente del Bosque se deixassem levar por isso. Os espanhois criaram algumas poucas chances e esboçaram uma certa pressão. Mas o 1x0 persistiu - para a minha tristeza.

Depois de ver o magro 1x0 do Chile sobre Honduras, fui assistir ao jogo seguinte sedento por gols. Tive, novamente, que me contentar com um placar mínimo (Que Copa sem gols é esta?! Arrg!!!). A partida foi bem truncadinha (obrigado, Suíça!) e sem grandes oportunidades para ambos os lados. Em um lance casual, os alpinos marcaram (com Fernandez, aos seis minutos do segundo tempo) e seguraram o resultado com um imenso cadeado lá atrás.

Na Copa passada, a equipe não teve as suas redes balançadas. Seguem mantendo a marca (que, por sinal, não leva a nada). Esta vitória, porém, não me convence que o escrete da terra do queijo e do chocolate vá muito longe no torneio. Para mim, o triunfo só fez dar mais um pouco de esperança para eles brigarem pela segunda posição do grupo com o Chile.

A primeira?

BRENNO COSTA

Carlos Alberto Parreira é um treinador culto, experiente e rodado. Comandou o time que tirou a Seleção Brasileira de uma fila de 24 anos sem conquistar uma Copa do Mundo. Também, no currículo, carrega o privilégio de ter treinado outras quatro seleções na maior competição esportiva do planeta: Kuwait (1982), Emirados Árabes (1990) e Arábia Saudita (1998), além da África do Sul.

Com a primeira partida dos Bafana Bafana, ele se tornou o treinador com mais edições de Mundiais. Superou o sérvio Bora Mulitinovic, que tem cinco participações, e pode fazer mais. Caso leve a África do Sul às quartas de final, ele também se tornará o técnico com mais partidas disputadas ao lado do alemão Helmut Schon, com 25 jogos no comando. No entanto, o sósia do Kiko, do seriado Chaves, precisaria alcançar algo inédito.

Ele ainda não conseguiu triunfar em Copas do Mundo sem estar no comando da Canarinho. São sete derrotas e três empates. Será que, diante do Uruguai, hoje, virá a primeira vitória?

O torcedor no blog Folha na Copa

Nós fizemos o convite e Alexandra Adriana B. de Vasconcelos o aceitou e nos enviou uma foto dela ao lado do noivo Alex das Chagas. Eles, que moram em Mogi das Cruzes, em São Paulo, assistiram ao jogo com os amigos, em um barzinho. E apesar do placar apertado, Alexandra mantém o otimismo: "Essa Copa é nossa!"


Alexandra, muito obrigado pela participação e continue acompanhando o blog. E você que ainda não mandou sua foto, prepare a máquina, registre seu momento torcedor e encaminhe para a gente através do email esporte@folhape.com.br

Uma torcida diferente

LÉO LISBÔA

Não há como negar que a Copa do Mundo é uma competição atípica. Não é porque é realizada a cada quatro anos e sim pela capacidade que o evento tem de reunir pessoas em um mesmo local. Até quem não gosta de futebol se junta com os apaixonados pelo esporte. Seja pela festa em si ou pelo sentimento de torcer pela pátria, os brasileiros costumam assistir aos jogos do Mundial em grupos.

No torneio da África do Sul não está sendo diferente. Com esse "boom" de locais organizando festas com serviços de bebida e comida, e show de bandas após os jogos do Brasil, muitas mulheres também estão indo em redutos que, teoricamente, seriam masculinos. Enquanto acompanhava a partida da Seleção Brasileira diante da Coreia do Norte, na Arena Torcida Recife, instalada na Praia do Pina, pude ver que o público é bem diferente do que frenquenta as arquibancadas dos estádios do Recife.

Ao invés dos tradicionais xingamentos, gritos histéricos, bem agudos. Comentários sobre a roupa do técnico Dunga também foram muitos. Discussões sobre esquema tático, quais atletas poderiam ser opções, nem pensar. O que estava valendo era torcer para o Brasil.

Ofensiva, "La Roja" ganha na estreia

YURI DE LIRA

Acordei cedinho (como não costumo fazer), mal tomei café da manhã e fui logo correndo para a televisão a fim de assistir ao confronto entre Chile e Honduras, pela abertura do Grupo H. Confesso que as expectativas não eram de acompanhar uma grande partida. Mas valeu a pena. De fato, não vi um primor de jogo. No entanto, percebi que "La Roja" foi, até o momento, umas das equipes que mais primaram pela ofensividade - característica típica do técnico "Loco" Bielsa.

Time rápido, perdeu algumas oportunidades e deixou de fazer saldo de gols em cima dos frágeis hondurenhos. A vitória magra, por 1x0 (gol de Beausejour), terminou sendo injusta. Era para Honduras ter tomado uns 3x0. Apesar de demonstrarem certa deficiência no sistema defensivo, vejo agora os chilenos como os únicos da chave capazes de aprontar para cima da Espanha.

Os "Catrachos" até se esforçaram para bater o Chile, mas esbarraram nas suas próprias limitações. Colocaram o atacante George Welcome para comandar o setor ofensivo, mas, com o perdão do trocadilho, o adversário não lhe deu as boas-vindas. A vitória dos sul-americanos os credenciam como prováveis segundo lugar do grupo - já frisei aqui que a Espanha é favorita . Ah, já ia me esquecendo de um detalhe. Ontem, quando baixou o Pai Yuri de Ogum em mim, havia dito que o placar seria 2x0. Errei só por um tento. Acertei a trave!

Todo mundo de olho na Fúria

YURI DE LIRA

Muita expectativa gira em torno do debute da Espanha nesta Copa do Mundo. Para muitos, os melhores selecionados do planeta encontram-se na Fúria. Também creio nisso. Acho que, logo mais, os suíços vão dançar (o flamenco). Eles, que no Mundial passado não sofreram um tento sequer, tomarão, somente hoje, três. Para não ficarem tristes, vão fazer um golzinho de honra. Mas quem vai marcar é um jogador que tem um pezinho na terra das touradas - o zagueiro Senderos, filho de pai espanhol. Placar: 3x1 para os ibéricos.

A fama de "amarelona" da Espanha foi um pouco quebrada graças ao título da última Eurocopa, em 2008. Cabe à equipe de Vicente del Bosque provar isso dentro das quatro linhas. Já a Suíça, se não estivesse na Copa, ninguém sentiria a sua falta. Como está, vai servir apenas para compor o grupo e travar com adversários do mesmo porte aqueles duelos chatíssimos, que nem os mais secões por futebol conseguem assistir.

Estou ansioso para ver a atuação do espanhol David Villa, um dos melhores atacantes da atualidade. Velocidade, chutes precisos e posicionamento incrível são características marcantes do "Guaje". No último Mundial, menos experiente, ele terminou como artilheiro da Fúria ao lado de Fernando Torres, com três gols. Agora, se o seu time for longe, tem tudo para ser um dos grandes destaques da competição.

Time de "Loco" Bielsa é favorito

YURI DE LIRA

Pelo Grupo H, o mais hispânico do Mundial, Chile e Honduras travarão um duelo com sotaque castelhano logo mais, às 8h30. Aposto em um triunfo de 2x0 em favor da "La Roja". Os hondurenhos, que nem treinador terão para este primeiro confronto, vão só brigar com a Suíça para não ficar na lanterna da chave. O técnico dos "Catrachos", Reinaldo Rueda, cumprirá suspensão por conta de uma expulsão ainda pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O time já não é lá essas coisas e sem alguém para falar "Arriba, Honduras!" no ouvido dos jogadores, o negócio vai ficar ainda mais complicado.

Se um lado não terá comandante, o outro contará com um louco no banco de reservas. O técnico argentino Marcelo Bielsa (ou, se preferirem, "El Loco" Bielsa) já deu o ar da sua graça na coletiva de imprensa de ontem. Ao ser perguntado sobre o que tinha mudado desde 2002, quando treinou a Alviceleste, e foi eliminado ainda na primeira fase, se saiu com esta: "Estou pior". Mas, sem dúvidas, as "loucuras" deste senhor têm dado certo. Há três anos, vem montando uma equipe bastante sólida no Chile. Em 2008, inclusive, foi eleito pela revista política "Qué Pasa" como o estrangeiro mais influente do país.

Uma coincidência marcará este embate. Dois dos mais importantes atletas de cada seleção poderão não atuar. Homônimos, o chileno Humberto Suazo (esse bem gordinho) e o hondurenho David Suazo ainda recuperam-se de lesão e, provavelmente, ficarão de fora.

Destaques da Folha de Pernambuco

Em Johannesburgo, na África do Sul, o Brasil jogou contra a Coreia do Norte e ganhou por 2x1, na estreia de ambas as equipes na Copa do Mundo. Enquanto isso, os repórteres da Folha de Pernambuco se espalharam em vários pontos do Recife e um deles "acompanhou" a partida nas alturas. O resultado de tudo isso, você verá no caderno Folha na Copa desta quarta-feira.

Em uma das matérias, o repórter Gustavo Paes "acompanhou" o jogo a bordo de uma aeronave que fez o trajeto São Paulo-Brasília. Confira o que os passageiros fizeram para tentar assistir ao confronto e como eles ficaram sabendo o resultado da partida. Ah... em um dos voos teve até bolão.

No Recife, enquanto muita gente estava querendo ver o jogo, mas por conta do trabalho não pôde fazer isso, outros, simplesmente, ignoraram a estreia do time de Dunga no Mundial. Teve gente que preferiu ir namorar na praia. Outros aproveitaram o horário para fazer compras. Contrários ou a favor ao clima que toma conta da cidade, todos eles estarão nas páginas do Folha na Copa, que ainda traz o craque e o mico do dia e a seção Brasileiros Mundo Afora.
 

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