A Fúria "Roja"

domingo, 11 de julho de 2010

FELIPE AMORIM

Foi merecido. Apesar de a Espanha ter vencido o seu quarto jogo na Copa do Mundo pelo placar de 1x0, o título não poderia ter ido para mãos melhores. Tudo bem, eu concordo que o futebol apresentado desta vez pela La Roja deixou a desejar. Mas também os holandeses pouco fizeram no Soccer City, nesta tarde, em Johannesburgo. Além de bater muito, ficou comprovado que a verdadeira amarelona é a Orange: tri-vice-campeã (1974, 1978 e 2010).

Como já disse acima, a qualidade do jogo deixou a desejar. No primeiro tempo, pouco se criou. Apenas David Villa, aos 11, e Robben, aos 46, fizeram a torcida soltar o grito de "uhhhh". O destaque mesmo ficou pela quantidade abusiva de violência. O árbitro inglês acabou distribuindo seis amarelos. Na segunda etapa, a pancadaria foi maior. Resultado: com os oito amarelos da Holanda e quatro da Espanha, além do vermelho dado aos vice-campeões, a final de 2010 foi a que teve mais cartões dados. Até então a decisão de 1986, vencida pela Argentina, por 3x2 contra a Alemanha Ocidental, com seis amarelos, tinha sido a mais violenta.

Mas quando os atletas resolveram jogar, o futebol melhorou no segundo tempo. Se Robben tivesse assistido aos jogos do Flamengo na época de Zico, ele teria aprendido a driblar o goleiro na frente do gol como o Galinho cansou de fazer. Como não aprendeu, ele desperdiçou a chance de abrir o placar aos 16 minutos e aos 37. Agora, os espanhóis também vacilaram muito. Aos 24, David Villa, após uma incrível furada de Heitinga, mandou em cima do goleiro, e não fez mais nada no jogo. Uma pena, pois poderia ter deixado o campo como destaque.

Veio a prorrogação e a aflição continuou, como manda ser uma verdadeira final. A posse de bola da Fúria era nítida. Lembrou os toureiros duelando com os touros, nas arenas espanholas. Mas faltava o golpe final, no caso a forma no pé dos atletas. Sorte deles que o ditado do "quem não faz, leva" não entrou em campo. Só quando se desenhava a segunda final seguida a ser decidida nos pênaltis é que o gol saiu, para a felicidade daqueles que seguiram o palpite de Paul, o polvo. Coube a Iniesta proferir o golpe fatal, com um chute cruzado. Festa no Soccer City. Festa na Espanha. O mundo conhecia a verdadeira Fúria, a oitava equipe a conquistar a Copa.

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