GUSTAVO PAES
Quanta saliva já foi gasta? Quantas toneladas de papel, litros de tinta de caneta, de impressora? Tudo em torno da vuvuzela, já consagrada como o objeto da discórdia na Copa do Mundo da África. Na partida inaugural, África do Sul x México, muito barulho por nada. O jogo foi fraco, mas o som monocórdico do "instrumento" oficial da competição não deu descanso. Quem incrementou a televisão de casa especialmente para a Copa, com um kit para amplificar o som, deve ter se arrependido amargamente.
Contudo, o pior, sinceramente, não é o som da vuvuzela. É o fato de que não existe qualquer tipo de variação no campo sonoro vindo das arquibancadas. Estamos em Pernambuco, terra repleta de influências da Mãe África. Terra de uma banda como a Nação Zumbi, que fez muitos jovens abrirem os ouvidos para os sons vindos daquele continente. Os batuques, os belos cantos, as melodias características.
Nada disso apareceu na abertura, oportunidade zero para que a África do Sul mostre outros traços fortes da sua cultura musical. Tudo foi esmagado pelas vuvuzelas. Mas eles, como anfitriões, têm todo o direito de escolher o que tocar, o que fazer. Os incomodados que se mudem. Eu vou persistir, mas sempre com o controle da tv em mãos. Qualquer coisa, é "mute" neles!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário