PAULO FAZIO
Quando o hino da Coreia do Norte começou a tocar momentos antes da bola rolar, o atacante Jong Tae-Se foi aos prantos. Chorou copiosamente, sem conseguir segurar as lágrimas. Na hora, pensei que aquilo seria o retrato fiel dos coreanos na Copa do Mundo. Orgulhosos por participar, jogariam as suas vidas pela pátria a cada lance. Mesmo assim, conscientes de que nada mais do que isso poderia ser feito, principalmente pelo potencial técnico da equipe. Mas dentro de campo, ficou claro que não existem mais bobos no futebol.
Com uma disciplina tática louvável, sempre mantendo todos os jogadores atrás da linha da bola, o Brasil teve o seu jogo dificultado pelo empenho dos norte-coreanos. Quando chegavam na frente, os asiáticos não tinham medo de partir para cima da zaga brasileira, apesar de esbarrarem na própria deficiência técnica. O placar não foi possível segurar, mas o tento de Yun Nam, aos 43 minutos da etapa final, já valeu a ida para a África do Sul para eles. A reação dos jogadores, sem acreditar muito no que estava acontecendo, e a imagem de todos se abraçando emocionados, mostra que, para a Coreia do Norte, o resultado é secundário. O importante mesmo é orgulhar uma nação que nem sempre tem muito o que comemorar.
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