FELIPE AMORIM
Acabou o sonho. Incompetente. Medroso. Displicente. Nervoso. Poderia ficar aqui listando outros tantos adjetivos para tentar traduzir em palavras o Brasil, na derrota de virada para a Holanda, por 2x1, pelas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Acabou o sonho. Agora, tenho a certeza que 190 milhões de brasileiros tentam encontrar a melhor resposta para o fiasco da seleção de Dunga. Mas nunca um chavão bastante usado no futebol caiu como uma luva: “quem não faz, leva”. Acabou o sonho do hexacampeonato inédito.
No futebol, quando se ganha, ganha todos. Na derrota este discurso politicamente correto também funciona da mesma maneira. Mas, para mim, o grande culpado desta vergonha tem nome e sobrenome: Felipe Melo. O meu chará, que não honrou o nome que tem, conseguiu ir de possível candidato a herói de mais uma vitória a vilão (mas ele merece um post à parte). Vou tentar me concentrar aqui na vergonha que foi esta eliminação, a segunda seguida nas quartas de final.
No primeiro tempo, o Brasil poderia ter matado o jogo. Mas não. Parecia até que faria o gol quando queria. Para mim isso é desmerecer o futebol do adversário e não reconhecer a sua própria qualidade. Deu no que deu: acabou o sonho!
Logo no início do segundo tempo, com um Brasil desatento, Sneijder cruzou na área e Felipe Melo acabou desviando para a própria meta. Empate holandês e aflição brasileira. Com o gol, os laranjinhas foram para cima, enquanto os canarinhos ficaram perdidos. Kaká, que não conseguiu ser “o cara” da equipe nesta Copa, quase fez, aos 20, mas acabou mesmo proferindo mais palavrões.
E o que já era ruim, ficou pior ainda. Em outra bola aérea, Sneijder cabeceou sozinho, com Felipe Melo olhando o lance, para virar o placar. E a versão cover de Dunga fez falta em Robben e, não satisfeito, pisou no holandês. O vermelho recebido acabou sendo a síntese da equipe verde e amarela: sem controle emocional.
Depois deste lance, foram mais 20 minutos de agonia e muitos passes errados. Mas, nesta altura do jogo, o desequilíbrio já tomava conta dos brasileiros. Nem venham querer atribuir a derrota ao pé-frio do Mick Jagger, que estava no estádio torcendo pelos brasileiros. Não jogamos nada no segundo tempo. Acabou o sonho. Agora só em 2014, na Copa do Mundo no Brasil.
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