Maradona não desfilará nu. Ainda bem!

sábado, 3 de julho de 2010

YURI DE LIRA

“Se visse que triste que está a Argentina [...] até os pardais, de tanta tristeza, foram embora [...] se visse as suas ruas, que tanto sorriam, já não são as mesmas”. Esses são fragmentos de um famoso tango de Cacho Castaña, Septiembre de 88 . Foi composto para mostrar a melancolia do povo do Prata à época do grande colapso financeiro que afligiu o país no final dos anos 80. Mas a música poderia ser, facilmente, trilha sonora da situação vivida pelos platinos hoje, após perderem, por 4x0, e serem eliminados da Copa do Mundo pela Alemanha, na Cidade do Cabo. Abatimento, consternação e mágoa são sentimentos que os hermanos levarão por, pelo menos, mais quatro anos. O combinado germânico, por sua vez, se ratifica no posto de algoz da Alviceleste. No Mundial de 2006, eliminou os rivais também nas quartas de final do certame.

Nem Messi, nem Tévez, nem Higuaín, tampouco as persignações do técnico Diego Maradona foram capazes de fazer com que a Argentina vencesse. Os comandados do Pibe de Oro entraram assustados em campo, ao passo que a Mannschaft marcava na frente. O golpe inicial veio aos três minutos. O prodígio Thomas Müller, depois de cobrança de falta de Schweinsteiger, se antecipou e, de cabeça, fez o gol - o número 200 dos alemães no torneio e o mais rápido desta Copa. Os argentinos logo despertaram. Começaram a ser mais belicosos. Chegaram a anotar um tento, com Higuaín. Mas a arbitragem, acertadamente, deu impedimento no lance.

Os sul-americanos tiveram mais volume de jogo no começo da segunda etapa. O time do treinador Joachim Löw não era nada bobo. Queria pegar os adversário de surpresa. Conseguiram. Aos 22, com Klose: 2x0. Em seguida, após um apagão da defesa alviceleste, Friedrich fez o terceiro. Virou farra. O sistema defensivo do escrete de Don Diego é lastimável! Quando foi testado de verdade, não correspondeu – como já era esperado. A partir daí, os pupilos de “El Diez” se desnortearam. A Alemanha, entretanto, ainda buscava o ataque. Marcaram o quarto, com Klose, novamente.

Para mim, a goleada histórica ratifica o time de Löw como grande favorito para faturar a competição. O ponto positivo da derrota argentina (que soube perder, viu, Lahm?!) é que não precisaremos mais ver a o corpulento Maradona desfilando peladão no Obelisco, em Buenos Aires - como ele havia prometido caso fosse campeão.

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