Futebol africano?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

JAIRO LIMA
Da editoria de Política

O entendimento de evolução para o futebol africano, longe de pregar o xenofobismo, mas parece uma tentativa equivocada de europeização do alegre jogo dos anfitriões do continente. Uma espontaneidade, hoje, somente vista antes da profissionalização de fato, com exitosas campanhas nos campeonatos de categorias de base. A vitória de Gana sobre a Sérvia, pelo placar de 1x0, com gol de pênalti, representa o único triunfo dos africanos, em seu próprio continente, até agora. Gana é treinada pelo sérvio Milovan Rajevac.

A globalização intensificou o fluxo de jogadores africanos para os grandes clubes europeus, e, como feedback, a solução para “acabar com a brincadeira” foi a contratação de treinadores estrangeiros para suas seleções nacionais. Aparentemente, tudo certo. A África ganharia em tática para fazer render e valer sua habilidade, criatividade e potencial físico invejável de seus atletas. Mas africanos não sabem jogar como europeus. Parecem máquinas, cada vez mais fortes fisicamente, presos a esquemas que não extraem o melhor de seu futebol. Cabe aos africanos filtrar o que têm de melhor, e jogarem sua bola, jogarem do jeito que sabem.

O encanto da envolvente seleção camaronesa da Copa de 90, rotulada de irresponsável por perder uma partida considerada ganha para a Inglaterra (nas quartas de final), pode ter dado a tônica para o início de um processo que previa “resultados” para os africanos, mas não é o que assistimos neste Mundial. Foi triste o futebol apresentado na derrota para o Japão, por 1x0, que complicou o futuro dos Leões na Copa. Camarões jogou amarrado pelo esquema do francês Paul Lê Guen.

Parreira, na África do Sul, já conhecemos de outros carnavais, com outras fantasias. Ele ganhou do seu jeito retranqueiro, em 1994, mas treinava nada menos que o Brasil. O sueco Lars Lager segurou o veloz time nigeriano, sucumbindo diante dos hermanos argentinos. Apenas o eterno treinador nativo da Argélia, Rabah Saadane, treina seu País pelo terceiro mundial (1982,86 e 2010), mas não tem como salvar a nação com tamanha ruindade de seu escrete. Tomara que o sueco, Sven-Goren Ericksson, que já treinou até mesmo os ingleses, e foi chamado às pressas para treinar a Costa do Marfim, potencial sensação da Copa, tenha melhor sorte. Claro que menos contra o Brasil.

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