PAULO FAZIO
Este ano foi a vez de Lionel Messi. Em outros, Ronaldinho Gaúcho, Luís Figo, Roberto Baggio e até mesmo Ronaldo. Todos esses jogadores têm em comum em seus currículos o título de Melhor Jogador do Mundo, eleito pela Fifa. Ao mesmo tempo em que compartilharam com a glória máxima individual no esporte, esses craques também foram vítimas de uma mesma maldição: o fracasso na Copa do Mundo que sucede essa eleição. Explico: sobrenaturalmente, desde que o prêmio foi criado, em 1991, todos os que receberam o troféu um ano antes do Mundial foram decepcionantes de alguma maneira no torneio.
Tudo começou com Roberto Baggio. O italiano foi eleito o melhor jogador em atividade no ano de 1993, um antes da Copa dos Estados Unidos. No torneio, Baggio não foi mal dentro de campo. Até foi um dos principais jogadores da Azurra no percurso antes de chegar à final. Lá, selou o início da maldição. Foi o responsável por desperdiçar a cobrança de pênalti que deu o tetracampeonato ao Brasil.
Outro que passou por uma situação parecida foi o atacante Ronaldo. Em 1997, tinha sido eleito o melhor do mundo pela segunda vez consecutiva. Na França, em 1998, era o maior ídolo e figura principal do Brasil. Fez um bom Mundial, marcou cinco gols, mas, justamente na final, foi atingido sem pena pela maldição. Convulsão, mistério e derrota para os donos da casa na grande decisão.
Na África do Sul, foi a vez de Messi. Depois de duas temporadas incríveis no Barcelona, muito se esperou do argentino na Copa. Mas, a não ser pelos primeiros jogos, pouco se viu. Nem mesmo um golzinho para contar história. Nada.
E ele voltou para casa assim como Ronaldinho Gaúcho, em 2006: uma decepção. Na época, 'Roni' fazia chover e fazer sol quando queria dentro de campo. Mas, na Alemanha, foi só mais um no pacote dos descompromissados do grupo de Parreira. A magia que emanava dos seus pés e que todos esperavam havia se acabado.
O mesmo roteiro, e com o mesmo final, se sucedeu com o português Luís Figo, em 2002. Uma maldição inexplicável, que atinge justamente aos que mais se espera lapsos de genialidade em uma Copa do Mundo. Se vivo fosse, Nelson Rodrigues não teria dúvidas: é tudo culpa de "Sobrenatural de Almeida", seu personagem fictício e responsável pelo improvável no futebol. Só pode ser.
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