LÉO LISBÔA
Antes que alguém pense, o meu dia não foi ruim. Cansativo, é verdade, mas prazeroso. Ontem, na despedida do Brasil da primeira fase do Mundial, fui acompanhar o duelo com Portgual em uma vila indígena, mais precisamente em Cimbres, no Agreste do Estado.
No início, quando foi me dada a pauta, confesso que fiquei um pouco receoso, principalmente por causa dos conflitos entre os Xucurus em Pesqueira. Quando cheguei no município, a expectativa só aumentava, pois quando falávamos com os moradores, eles só avisavam para ter cuidado.
Chegando na vila de Cimbres, a história foi outra. Ao invés de ocas, casas. Fui muito bem recebido por Chico Jorge, um líder na comunidade. Entrei na casa dele - bem simples, assim como todas em Cimbres - e simpatia não faltou. Em meio a DVD e televisão, pude ver objetos indígenas nas paredes. Chico me explicou que hoje eles são mais de enfeites e são usados durante os rituais Xucurus. Uma das principais preocupações é que a cultura deles não seja extinta.
Na casa de outro índio, o José Luís, alegria não faltava. Apesar de tímidos, os Xucurus conversavam, à espera do jogo do Brasil. No jeito e na aparência, lembravam mais um morador do Interior do que um índio. O cardápio? Nada de diferente. Bode, galinha, macaxeira e arroz. Eu não comi, mas parecia estar bem apetitoso. O motorista Edmílson e o fotógrafo Arthur Mota deixaram os pratos bem limpinhos.
Terminado o jogo, foi a hora de despedida. Simpáticos, eles convidaram para acompanhar as oitavas de final em Cimbres. "Segunda-feira tem mais, se quiserem aparecer, fiquem à vontade".
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