GUSTAVO PAES
Venha cá, Jabulani. Não se debata, não adianta mais. Fique mansa nos pés dos seus verdadeiros donos, que te tratam com respeito, carinho, mas com o rigor que você - arisca - estava precisando. Xavi e Iniesta, como jogam esses meio-campistas dos anos 70, que pegaram carona no DeLoren do Dr. Brown, para dar um gostinho do futebol clássico aos mais jovens. Espanha 1x0 Alemanha. A Fúria agora é finalista de Copa do Mundo, pela primeira vez na sua história.
O grande bicho-papão do Mundial foi totalmente dominado na tarde de hoje. A Espanha, que vinha atuando de forma econômica, mostrou o que sabe. Jogou ao seu estilo, só não foi perfeita porque pecou muito nos contra-ataques. Era para ter vencido por mais. Xavi e Iniesta mostraram que o sucesso do Barcelona nos últimos anos está longe de ser apenas pela presença dos craques Ronaldinho e, posteriormente, Messi.
Mas apesar de todo talento despejado, do controle absurdo da bola, quem marcou o gol foi o "patinho feio da história". Além da cara horripilante, o zagueiro Puyol é tido como um zagueiro grosso. Eu prefiro considerá-lo um defensor prático, de muita raça, que forma uma grande dupla de zaga com o assustadoramente técnico Piqué. Puyol, o símbolo, marcou em uma cabeçada fulminante, após cruzamento de Xavi, o gol mais importante da história da Espanha. Aos 27 minutos da etapa derradeira.
Novamente, o sucesso da Espanha está longe de ser casual. Venceram a Eurocopa 2008 em uma final contra a própria Alemanha. Sobraram nas eliminatórias. Foram desclassificados pelos Estados Unidos em uma inútil Copa das Confederações, derrota que parte dos brasileiros utilizaram para a acusarem novamente de pipoqueira. Amarelo, crianças, só em alguns traços da bela camisa vermelho vivo. Chegou na final da Copa do Mundo. Já é vitoriosa. Com sete dos seus titulares sendo jogadores do Barcelona, o melhor time do mundo. O futebol agradece.
"O toque de bola é sua escola Espanha, sua maior tradição". É, eles nos roubaram...
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